Este blogue é dedicado a todos aqueles que estão apaixonados.





20081210

Caixa de mensagens.

O telefone toca mas tu não existes. Deixo-te uma mensagem de voz, quero que me ouças, a ouvir é que nos entendemos bem. Tu ouves-me e eu falo. Falo por mim e por ti. Falo por nós os dois a todas as pessoas do mundo. Tu gostas da minha voz. Dizes que se ouve bem e que as outras vozes te fazem dormir. A minha voz mantém-te acordado. Pés no chão, o amor voa mas nós não. As palavras são como nós, ao longo da vida vamos criando histórias e dando nós até não haver corda. A minha vida inteira resume-se a um nó. Dei um laço à tua volta no primeiro dia em que te vi. Há pessoas que dão nós sem corda - triste de quem fala sem ter o que falar.
Somos donos de todos os nós que damos na vida, a vida é dona de todos os laços que fazemos, se os fazemos bem, se os fazemos mal - não importa. Não é a vida que nos desata.
A tua caixa de entrada, o teu coração. Escrevi-te mensagens com os lábios, a minha língua enterlaçada no sabor de cada palavra e são tão belas as frases que te disse. A caixa de mensagens, a memória do teu corpo no meu, a saudade de nós os dois, a caixa de mensagens guarda a entrada para o melhor de nós. A memória fica cheia. Vai-se empurrando a saudade para o fundo, empurrando o medo de nos lembrarmos, porque para nos lembrarmos é preciso esquecermo-nos. E eu não me quero esquecer de ti.
A mensagem que te mandei ontem, não sei se já a leste. Escrevi-a com a pulsação:

" Deixe mensagem após o sinal - beep. "

O meu coração ainda salta.

20081204

Miocárdio do meu corpo: tu.

Mais de mil pessoas passaram por mim, mais de mil por quem me apaixonar, mas só se não existisses tu - só se.
Se não existisses, não teria como me apaixonar sem coração.

" E se ao menos tudo fosse igual a ti. "


20081128

Carregas-me a alma. #4


Carrego-te do lado esquerdo, amor.

20081118

Carregas-me a alma. #3


  O amor não foi feito para fazer as pessoas felizes.
  Foi feito para lhes mostrar de perto a dor. É do amor que tiramos o pior da tristeza, que nos leva à escada da felicidade. Por nós mesmos é que a felicidade se define.
  Temos de nos carregar até à nossa felicidade: eu carrego-te a ti, tu carregas-me a mim.
  A felicidade somos nós que a construímos, não é o amor.
  Queria-te fazer feliz até ao fim, mas a tua felicidade pesa.

20081117

Carregas-me a alma. #2


  É em ti que me revejo, nesses teus traços de pessoa que me eleva e me faz cair num só segundo do meu respirar. E é por ti que todos os dias passam a correr ao teu encontro, na procura desse teu corpo que chama pelo meu, incessantemente. Não me deixes nesta margem, sem um barco para ir atrás de ti. Quantas vezes quis morrer sem me matar, só porque existes e estás aqui. Quantas vezes te arranquei de mim só para te voltar a colocar cá dentro. O meu peito vai engolindo os teus sorrisos à medida que te afastas. O meu estômago dá voltas e voltas em torno de si mesmo, em busca de borboletas e de espaço para cicatrizes. O coração dói e a corda rompe-se. 
  Carregas-me a alma na boca. 
  Foge, o amor só carrega os infelizes.

20081107

Carregas-me a alma. #1




  Levas-me no teu sorriso. Nessa ressaca da amizade, chamada amor, que carregas na cabeça do peito. Arrasto-me dentro da tua insónia - não quero que feches os olhos. Cada noite que adormeces, são oito horas a menos que tenho de ti. O mundo acaba depressa e eu só quero fugir daqui. Da minha janela vejo a tua casa. No dia em que souber qual a janela do teu quarto, vou ficar a noite inteira a olhar para a tua luz apagada e a ver-te dormir. Escrevi o teu nome nas paredes da nossa rua, para toda a gente ver. Amei-te em cada letra. Hoje, apanhei o primeiro comboio da manhã só para te ver chegar ao destino. Se não fosse eu parte de ti, não estaria ainda no teu caminho.
  O meu coração descarrila nas tuas mãos.

20081103

Quarto 210.


  " Hoje preciso de um pois, preciso de um sim.
  O que é que queres de mim, hoje sinto-me assim.
  Ecos de risos, sinfonias de gritos.
  Como sangue na barriga de mosquitos.
  
  Hoje preciso de mim. "

  by Linda Martini

Publicidade inteligente #4



20081031


  " Podia acabar o mundo,
desabar a ponte sobre o Tejo,
eu viria do fundo do mar,
só para te dar mais um beijo. "

Publicidade inteligente #3



20081025

Apontamento #13


  O coração é um lugar fechado onde duas pessoas se encontram.

" É tudo tão simples, tão perfeito - só nós os dois, aqui. "

20081023

Um outro lugar para pousar a cabeça.



  Pouso a cabeça em ti. Procuro um espaço vazio entre nós que me possa abrigar do frio que faz lá fora, onde tu insistes em morar. Sem ti, as ruas são vazias e o sol não nasce, as paredes perdem a cor e a solidão assenta em mim como pó. Felicidade estúpida, esta, que vivemos. Não há vontade que te procure nem força que te encontre. E eu fico aqui, numa casa feita de medos que outrora foram teus, à tua espera. Deixo a porta aberta para que, se passares por aqui, saibas que podes entrar. Perco-me no fumo do cigarro e apago-me em ti. É como se houvesse um fio invisível entre nós, não sabemos onde estamos, só sabemos que estamos sozinhos e que nos procuramos um ao outro - sem sequer nos mexermos. É esse fio que, amarrado ao coração, vai dando nós ao longo da vida. Às vezes, quase que o coração sai do peito, de tanto que o fio o puxa para fora - estás perto. Eu afasto-me mais um pouco, sem sequer sair da cadeira que a dor colou ao chão. Fiz a minha casa com um telhado de vidro, que se vai partir quando tu chegares, vai-me cortar o corpo e perfurar-me a alma e vai cortar o fio que me prende a ti. Aí morro. De uma forma tão estúpida quanto a minha felicidade - morro. 
  E vou à procura de um outro lugar - porque para nos irmos embora, temos de ter para onde voltar.
  Pensas em mim quando pousas a cabeça?

20081020

A minha morada és tu.


  O amor é um lugar incerto. Uma casa dentro de um corpo. Uma caixa de correio que não recebe cartas. Uma morada que vai mudando de código postal. 
  Batemos de porta em porta em busca do amor certo, quando o amor só se encontra nos lugares errados.

20081017

Apontamento #12


  Vejo-te como um beco sem saída, do qual só consigo sair se voltar atrás.
  Não consigo voltar atrás depois de ti.

20081012

Apontamento #11


  " Sabemos que atingimos o auge da intimidade com a outra pessoa, quando, mesmo em silêncio, nos sentimos confortáveis. "

  in Laboratório de Comunicação Interpessoal, ESCS

Chama-lhe o que quiseres,


  eu chamo-lhe necessidade de alguém que nos conforte, que substitua o acto de auto-toque em situações que nos perturbam, que esteja lá. Não é preciso falar, não é preciso sequer saber, é só preciso estar. Eu chamo-lhe forma pouco ortodoxa de ver as coisas, de ler as pessoas, de amar - é a partir de nós que vemos os outros. Alguém que sirva de espelho, que saia de dentro do armário, que nos ponha a funcionar os músculos faciais, que dê um motivo ao miocárdio para bater - uma razão. Eu chamo-lhe tudo menos palavras, como as que escrevo aqui. Pois as melhores coisas que dizemos, é quando estamos calados.
  Chama-lhe o que quiseres,
eu chamo-lhe amor.

20081011

Apontamento #10


  Porque insistes?
  O mundo não vai parar para tu saíres.

20081008

São carris que me levam a ti.

Quando não me encontrares, procura-me dentro de ti.


  É como querer matar o bicho do amor sem saber onde ele se esconde. Correr atrás do que não se pode apanhar. Passar a ponte. As ruas vazias e eu grito o teu nome. Escrevi o meu amor por ti numa parede, não leste. As casas em chamas, o meu coração em chamas. Tudo foge, tudo grita. Morri por ti. Corro atrás do teu grito. O sorriso da tua boca sobe-me pelo corpo. Fujo de ti. Fujo de mim. Vou contra nós e perco-me no fogo. Procuro-te nas esquinas. A saudade persegue-me com os olhos. Estou esfomeada de ti. Consomes-me a alma a cada passo. Corro, corro para o infinito. Vem, o mundo não espera por nós. A corda na garganta começa a apertar. Sufoco na falta de ti. É como um bicho cá dentro. Borboletas que me arranham o estômago. Olho para trás. Perco-me contigo por aqui. Deixa-me viver. Atiro-me do céu e caio em ti. Amarra-me ao teu peito. Arde-me o fundo. Quero-te a ti. Só a ti. Ninguém gosta de ninguém. Todos sabem amar e ninguém sabe o que é o amor. Tocas-me profundo. Chego perto de ti. Fico.
  O melhor de nós ainda está para vir.

20081006

Apontamento #9


  O meu melhor lugar és tu.

20081001

Saudade.


  
  O mais poético seria dizer que não precisamos de escrever sobre ela, mas sim de senti-la.
  Eu sinto-a e por isso mesmo, é que me apetece escrever sobre ela, hoje.  
  É mais uma das armadilhas do amor, esse maldito que nos afunda em tudo o que este mundo tem de pior, para chegarmos ao que de melhor nos pode dar.
  E tal como o amor, não conseguimos descreve-la, nem em muitas nem em poucas palavras, apenas em nenhumas. Porque não há abecedário que chegue, para escrever um texto com palavras suficientes sobre a saudade. Não há. 
  É fantástico, como uma pessoa pode entrar na nossa vida para nunca mais sair. Pode limitar-se a empurrar a nossa parede da solidão mais e mais para dentro, e nós ficamos ali. Vê-mo-la fazer isso, e deixamos. Deixamos, porque sabe bem. Masturba-nos o ego, ter alguém que nos faça não estar sozinhos. E continua a saber bem, até que nos apercebemos que a parede foi empurrada até ao limite da saudade, a parede está a cinco centímetros do coração e são esses cinco centímetros de solidão que criam a saudade. A parede nunca se parte, só chega a um limite. Chega a um limite, do qual temos tanto medo, tanto medo que nos deixamos ser empurrados para dentro ao deixarmos que outro alguém nos empurre. Quando a parede da solidão chega ao seu limite, chega bem perto do coração, a isso chama-se amor. 
  É fantástico, como uma pessoa pode entrar na nossa vida e nos mostrar a saudade. Porque, só quando sentimos saudade - amamos.
  O que causa saudade, é a diferença. Quem causa saudade, não é quem entra na nossa vida sem sequer dar-mos conta, não é quem fica por ficar, por conveniência ou porque sim, não é quem se vai embora sem se despedir, quem entra e sai, quem nem sequer nos conhece, quem não se dá a conhecer. Quem causa saudade, é quem marca a diferença. Quem pede para entrar, quem fica porque quer ficar, quem nunca sai.
  É essa pessoa, que faz os ponteiros do relógio não andarem tão depressa, que alonga a distância entre os corpos, que faz o coração querer saltar pela boca, que rouba o ar aos pulmões e faz doer a garganta de tanto querer chamar pelo seu nome sem poder. Parece doloroso, e é. Dói, dói muito. Mas, se não doesse não seria diferente, não faria sentido.
  E por mais lento que o relógio seja, ou por mais rápido.
  E por mais longe que se esteja, ou por mais perto. 
  E por mais difícil que seja, deixar alguém entrar na nossa vida e deixar um vazio, sem sequer sair dela.
  Haverá sempre alguém que vire a nossa vida ao contrário.
  Sim, a saudade é quando queremos a nossa vida de volta - ao contrário.

  Hoje a saudade perguntou por ti, eu respondi: solidão.

20080924

Publicidade inteligente #2



20080923

Apontamento #8


  Estar contigo é voar, 
sem tirar os pés do chão.
  Amanhã, voaremos.

20080921

Amor vs. Sexo


  Vamos começar, já que é tão fácil. É só fazeres o que eu quero. É só te despires e fazeres o que eu faço, que é o que eu quero que tu faças, para fazermos os dois a mesma coisa, juntos. Não, espera. Isto não é para os apaixonados. Faz só o que eu quero e pronto.


  Já diz o wikipédia: "(...) a palavra "amor" pode ser entendida também como "sexo", quando usada em expressões como "fazer amor" (...)", será porque o sexo é a base de um amor saudável?
  Correcto.
  
  O amor é um sentimento que gera sentimentos. É, portanto, um buraco negro de sensações diversificadas, que nunca mais acabam. Mas, verdade seja dita: comum a todas as formas de amar de todas as pessoas à face da Terra, está a... dependência.
  É um buraco negro criado por uma pessoa, que vai (tentar) absorver tudo o que a pessoa de quem essa pessoa depende, (não) lhe pode dar.
  Tal como alguém depende de alguém para amar, não sendo necessariamente precisa uma reciprocidade de buracos negros - só precisamos de alguém, lá, que possamos amar a vida inteira, porque se não formos amados de volta, podemos sempre amar sozinhos a vida inteira, mas dependemos da existência da pessoa amada, lá, nem que não seja: lá connosco - o amor também precisa do sexo para sobreviver.
  As traições, as omissões, as confusões: as mentiras que se geram em torno do sexo fazer girar o amor, sim, porque o amor não gira à volta das pessoas, o amor é um buraco negro dentro do qual estão as pessoas, a girar, a girar, a girar. E quem move esse buraco negro ao qual dão o nome de amor? É o sexo. O sexo faz o amor girar, faz o amor durar, faz o amor não parar de girar, e se o amor gira, as pessoas muito mais, e é assim... a vida inteira.
  Porque é que grande parte das relações acaba com traições, assumidas ou descobertas?
  Porque trair é a melhor forma de dizer: o amor acabou porque o sexo também.
  Se repararem: mulheres feias são trocadas por mulheres bonitas, mulheres bonitas são trocadas por mulheres mais bonitas - qualquer caso de uma mulher bonita ter sido trocada por uma mulher feia é porque a última deve fazer uma óptima cama. Homens feios são trocados por homens bonitos, homens bonitos são trocados por homens mais bonitos - qualquer caso de um homem bonito ter sido trocado por um homem feio é porque o último deve ser rico.
  É o sexo, também pode ser o dinheiro, mas é o sexo. 
  O corpo é o maior afrodisíaco que pode existir, o corpo é o afrodisíaco do amor. A beleza interior? Por isso é que a Disney criou os contos de fadas, porque na realidade não é algo que as pessoas dêem grande importância. Mas se pensarem bem, os contos de fadas mais conhecidos e aplaudidos pelas crianças (tão novas e já a pôr o inconsciente a trabalhar) são todos aqueles em que as princesas são tão bonitas que até dói, e tão magras que até dá fome. Os príncipes são altos e bonitos de arrancar os olhos (não, não vou referir o cavalo branco no qual todos aparecem montados, porque não consigo imaginar de onde essa ideia terá surgido).
  Reparem só na sexualidade à qual o inconsciente das crianças é exposto, sob a ideia de um conto de fadas no qual o interior é a beleza que comanda a vida. Desculpem, mas porque é que as princesas têm, quase todas, de ser acordadas com um beijo. E porque é que os casais se apaixonam, quase sempre, quando mal se falaram. E, claro, alguém faz a mínima ideia do porquê da Branca de Neve decidir morar numa casa com sete anões? Sete homens, quero eu dizer. Repararam? A Disney, também, é só indirectas.
  O corpo é quase sempre a primeira impressão que temos de alguém. Sexualmente falando, o flirt inicial, que todas as pessoas pensam que provém do amor à primeira vista, provém duma coisa muito menos complicada e realista: o desejo. Sexual, óbvio. O desejo é o acto sexual psicológico. O amor, ainda, não existe aí. A atracção, sim. 
  A afinidade, a intimidade, a curiosidade, o dejá-vu, toda aquela sensação que se cria em torno do simples acto de olhar para uma pessoa e pensar que já é amor à primeira vista, é a atracção, o desejo - a primeira impressão do corpo. 
  O corpo que, com todos os seus cheiros, o perfume que sai de todos os poros da pele, cria uma determinada imagem duma pessoa. O corpo que com todas as suas características cria um amor e mantém um amor. Há que cuidar do corpo, porque ser saudável, leva a pensar saudável e a sentir saudável. E um amor com sexo saudável, proveniente da conexão de duas pessoas que sentem saudável, dará origem a um amor saudável. 
  Sim, o amor é uma doença, e não, a sua cura não é o sexo. O sexo é tudo no amor, menos a cura. A cura é deixarmos de depender de alguém para amar. Se o amor é o acto de amar, isso chega. Para duas (ou mais) pessoas se amarem, não precisam de depender uma da outra.
  Podem amar-se a vida inteira, sem sequer viverem uma com a outra.
  Podem amar-se a vida inteira, sem sequer se tocarem. Sim, porque eu não proferi o sexo como só movendo o amor a partir do toque. O amor à primeira vista, vá lá pessoas: a atracção, não precisa de toque sequer. E, lá está, é para isso que existe o Hi5 (etc). 
  Na sociedade em que vivemos - na adolescência, na maioridade - no mundo em que vivemos, até já a amizade precisa de sexo. Porque a amizade é uma forma de amor e porque os amigos são a Sexta-feira à noite no Bairro Alto do Sábado dos namorados
  
  É quando fazemos sexo (com ou sem amor - porque o sexo não precisa do amor para nada), que nos sentimos independentes. Ou seja, não dependentes. E é por isso mesmo que o sexo complementa o amor e ajuda-o a ser, crescer, e viver - da mesma forma que o pode ajudar a morrer, mas, mais uma vez, quem mata o amor são as pessoas, não o sexo
  O amor prende-nos por antecipação, por isso é que, ou o procuramos desesperadamente, porque precisamos com urgência de nos sentir agarrados a alguém - chama-se a isso carência e/ou falta de amor próprio - ou fugimos dele porque não queremos morrer e/ou matar ninguém, ainda.
  E, então, é no sexo que somos independentes. Que nos transformamos, que dizemos coisas que durante o amor, nunca seriam ditas. Por isso é que precisamos do sexo, para dizermos essas coisas, para fazermos essas coisas. Para não sufocarmos com o egoísmo do amor para com nós mesmos. Para nos libertarmos do romance cliché do amor, e sermos tudo o que não somos com os outros, só dentro dos outros, literal-ou não-mente.
  A traição surge, então, quando não conseguimos dar tudo de nós aos outros, ou quando os outros não nos fazem (querer) dar tudo de nós a eles. E se não conseguimos mostrar tudo o que somos a quem amamos. E se não conseguimos fazer com que quem amamos se mostre, em todo, a nós. Ou matamos primeiro, ou morremos. Por isso, mata-se o amor. Porque não queremos depender do coração de ninguém, mas não nos importamos de depender do corpo de alguém. Quando dependemos do coração e do corpo, o corpo faz-nos sentir que não precisamos assim tanto do coração, e senti-mo-nos bem, senti-mo-nos, ainda, donos de nós próprios. Mas quando só se depende do coração, o medo é maior, o medo é a razão: traição.

  Não há amor sem sexo, mas, há sexo sem amor. Como dizem os americanos: Deal with it- aprendam a viver com isso.



  Isto tudo não é uma visão machista do amor - nem machista, nem feminista - apenas realista.
  Porque, ao contrário do estereótipo, da mesma forma que as mulheres amam, os homens também amam. Da mesma forma que as mulheres fazem sexo, os homens também fazem sexo. Nenhum o sente, ou o faz de forma diferente. A única coisa que muda, é que as mulheres conseguem ter mais orgasmos, em 24 horas, do que os homens. 


  Amor vs. sexo? Não.
  Amor com sexo? Sim.
  Sexo sem amor? Sim.

Não me fodas - ama-me.


  E fodida,
sei que, a partir de agora, 
de cada vez que me foderes, 
amar-me-ás cem vezes mais.

20080914

Eu consigo.




  "Quando uma coisa não tem por onde se pegue, e mesmo assim se quer pegar nela, não há altura certa, mas também não há outra que não seja esta: já. Esta já. Vai já esta. E é agora.
  E , já agora, pega-se nela, com uma única intenção: a de não a largar.
  Assim peguei na minha vida, mesmo com medo que estivesse pronta. Arrisquei. Podia ser que contivesse ainda alguma coisa por descobrir ou acabar.
  (...)
  Talvez fosse tarde demais. Mas só pegando na minha vida naquele preciso momento, com toda a força que tinha, é que poderia saber se isso era ou não verdade. E, enquanto não soubesse, tinha muito com que me entreter. Muito, quer dizer. Se calhar, muito pouco. Mas era a única coisa que tinha. Se era muito ou pouco, não sei, mas era toda a minha vida."

  Cemitério de Raparigas by Miguel Esteves Cardoso.

Apontamento #7


  Rimo-nos do amor, 
quando é a única doença,
que nos mata de dentro - para fora.

20080911

Edie Sedgwick: a musa de Andy Warhol.




  PS: aconselho o filme The Factory Girl, uma biografia apaixonante:

  Andy Warhol conheceu Edie Sedgwick. Fez dela sua musa, apaixonado pela sua beleza e personalidade cativantes. Mas um amor puramente artístico - "She's a superstar.".
  Acendeu-lhe o cigarro, levou-a a festas, filmou-a em lingerie, lançou-a no mundo da moda com a trend das collants. Andy Warhol apresentou a Edie, a fama: "I gave you fame. Every teenage girl wants to be like you.".
  Mas um dia a sua musa apaixonou-se. Não o esqueceu. Apaixonou-se, só.
  Andy perdeu-se em ciúmes: não se sabe se dela com o rapaz, ou se do rapaz com ela.
  Castigou Edie, ignorando-a. Abandonando-a. Escolhendo novas musas. 
  Edie viu-se sozinha, tendo de escolher entre dois homens, amando-os de forma diferente. 
  Acabou na miséria.
  Sem a "protecção" de A. Warhol, Edie passou a ser ninguém. 
  Abusada por todos e consumidora assídua de drogas pesadas, acabou por entrar numa clínica de reabilitação. 
  Em 1970 saiu. 
  Em 1971 casou.
  No final desse ano morreu de overdose: tinha 28 anos.

20080909

Apontamento #6


  Sou mais hoje, contigo.
  Do que alguma vez fui, sozinha.

As pessoas são como livros: há que as ler.


  As pessoas entram e saem da nossa vida. 
  Umas são como aquelas revistas cor-de-rosa que lemos e deitamos para o lixo quando passam de prazo, simplesmente porque, depois de algum tempo, já não nos dizem nada de novo.
  Outras são como aqueles livros que lemos e sublinhamos e devoramos vezes sem conta, página por página, porque não queremos saber o fim.
  Eu sempre comprei os livros, não pela capa, mas pelo título. E sempre li o fim de cada livro antes de o trazer para casa comigo. Muitos com bons títulos: títulos inteligentes, cativantes, com asneiras para que a pessoa olhe, fique chocada e depois compre - ficaram na prateleira. Porque apesar da capa levar à promessa duma leitura longa e saborosa, o fim prometia muito menos, ou quase nada.
  Nunca comprei revistas cor-de-rosa, não gasto dinheiro com algo que promete não ter fim, quando já acabou há muito tempo.
  As melhores pessoas são como os livros. E as que melhor mentem, também.
  Há livros que valem a pena ser lidos, sublinhados, devorados com os olhos letra a letra, palavra a palavra - aprendemos muito com eles.
  Mas há livros que - não, não deitamos fora - mas mais vale livrar-mo-nos deles. Por isso é que existe o mito de que se trocam pessoas de longa data (livros por ler) por coisa nenhuma (espaço para novo livro). E para isso existem as pessoas novas (livros recentes) que substituem as pessoas de longa data (livros por ler) ou mesmo que as roubam de outras pessoas de longa data (livros lidos, sublinhados mas que perderam o interesse).
  Apesar de tudo, todas as pessoas procuram livros recentes, a cheirar a novo, com uma capa cativante e um título inteligente, que as faça querer espreitar a página qualquer-coisa-número-grande e descobrir já o fim, mas que consiga - ao mesmo tempo - fazer com que não o façam, de forma a que essa curiosidade dure... a vida inteira.
  As pessoas vão e vêem, muito poucas ficam - longe ou perto.
  Só fica quem lê. (E quem quer ser lido.)
  

20080908

És escada de incêndio da minha felicidade.


Apontamento #5

  Amo-te tanto, 
mas quanto?
  O coração não sabe contar.

20080828

Publicidade inteligente #1



Apontamento #4


  Tens mais medo de ficar sozinho,
ou de ficar sem mim?

20080827

Não são precisas palavras.

  
  O abecedário é preciso para tudo. É um conjunto de letras que formam palavras. Palavras que se escrevem, que se dizem, que se ouvem. 
  Para tudo é preciso um abecedário. Nós expressamo-nos através do abecedário. É por isso que "o que eu sinto, está aqui em abecedário".
  Mas.
  Para o amor não são precisas palavras. 
  O meu amor está aqui, sem que eu precise de o escrever.


20080823

Com o corpo, leva o coração.


  Confundes-me.
  Com a tua colher mágica pões-me a cabeça às voltas como se fosse um preparado instantâneo de bolo de chocolate,
só que em vez de chocolate usas o mais amargo dos doces - a realidade.
  O meu sonho omite uma mentira de cinco letras  à qual tu chamas verdade,
mas não uma verdade que inclui o "nós".
  O realismo toca como música de fundo do meu sonho que fiz teu,
só que tu insistes em fugir do concerto que preparei para nós,
refugiando-te no canto mais escuro deste nosso-meu sonho no qual se cruzam a parede das memórias e a parede da dor.
  A tua verdade não se destina a mim.
  Gritas baixinho para que só o teu coração te possa ouvir:
"Será que mata, este tipo de dor?",
o meu coração responde ao teu:
"Tudo o que mata é amor."
e a cabeça pesa sobre os ombros de tão forte que é o pensamento de te perder.
  Nos teus lábios abrem-se feridas,
fizeste-as abrir para que eu perdesse a vontade de te beijar.
  Enganas-te. 
  Deixou de ser uma vontade, um capricho, um desejo.
  Passou a ser um hábito, um vício, uma necessidade.
  Contigo sinto que o céu desce mais um pouco,
como que se o puchasses para mais perto.
  O que há entre nós deixou de se resumir a um "quero-te",
passou a ser um "necessito-te".
  Engoliste a minha alma pela boca da primeira vez que os teus lábios tocaram os meus.
  Ofereceste-me o teu sabor a provar de forma a eu pedir mais,
ingénuo - continuaste a dar-mo sem eu to pedir
e então roubei-te para mim, para o meu sonho.
  Amordacei-te o sorriso como quem mata por um beijo,
de forma a esconder a minha própria dor.
  Tão rápido passas de veneno a antídoto, 
como de doença a cura
e eu ainda mais rápido me torno no teu fruto proibido,
o qual tu mesmo te proibes.
  Soltas palavras que me cortam como facas 
e silêncios que me fazem cicatrizes,
soltas-me pela boca quando dizes o que de mim não queres ouvir.
  Desenhas o nosso mundo com o olhar e fá-lo de forma a não me magoar.
  Tens medo da dor,
da minha dor.
  Eu tentei ser feliz mas eu não consigo!
  Num quarto fechado sem janelas ou varandas atiro-me do chão ao tecto,
sem parar,
sem parar,
sem parar.
  Acorrento-me ao teu corpo numa paixão que nos queima por dentro,
procuro um infinito que contigo me fará feliz,
cem vezes mais do que o agora faz.
  Agarro-te os pulsos e com as tuas mãos faço-te cortar a raiz da minha dor,
da nossa dor,
o (meu) coração.
  Come-o com os dentes se quiseres,
há muito que ele te pertence a ti
e só a ti.
  Não vês a cama a girar?
  Não sentes o chão a fugir-te dos pés?
  Com o corpo levas agora o coração.


  2 de Janeiro de 2007

20080816

Norma Jean vs. Marilyn Monroe



  Queria conquistar a América pela sua inteligência, mas as suas curvas falaram mais alto. 

  Norma Jean Baker, nome de baptismo, rapariga de cabelos encaracolados, castanhos, e feições inocentes, foi menina protótipo da concretização do american dream
  Hollywood engoliu-a, mas não em seco. Sem querer, querendo, viu a sua beleza prostituída. Com cabelo loiro e sinal pintado na face, abdicou de ser dona de si mesma - Norma Jean, para ser amante da América - Marilyn Monroe
  Apesar do seu primeiro casamento, tal como os seguintes, ter sido apunhalado pelo seu temperamento instável e perturbado, para Norma J. - trate-mo-la como ela gostaria de ter sido sempre tratada, foi Joe Dimaggio - o seu primeiro marido - o único do qual o seu coração nunca se separou, verdadeiramente.
  Não se conseguiu prender a ninguém, pois ninguém a havia prendido a si, quando criança.
  Entre diamantes, cinema, álcool, anti-depressivos, Frank Sinatra e J. F. Kennedy, sempre fora mal amada. 
  Perturbada pela dependência de medicamentos de que sofria e pela paranóia constante que a perseguia, vivia um medo obscuro de perder a única coisa que pensava que a salvaria de ser cuspida do american way of life: a sua sanidade mental. 
  Interessava-se por aprender, por ser ensinada, por realizar filmes e por ser reconhecida pelo seu talento, e não pelos seus seios, nem pela sua ampulheta figura. Mas nenhum homem lhe conseguia dar o que realmente precisava, pois todos viam Marilyn e a agradavam como se agrada a uma prostituta de luxo, quando na verdade, era Norma J. que procurava algo, saltando de amor em amor, de loucura em loucura, disfarçada de sex-symbol, de loira burra, que andava não só nos olhos, como também nas bocas de todos os homens. 
  Queria que gostassem dela pela sua cabeça e não pelo seu corpo. Mas ninguém conheceu Norma J. - a sua cabeça (se não - talvez - Joe Dimaggio, que antes de morrer disse: "Finalmente vou voltar a ver Marilyn."), o mundo conheceu apenas M. Monroe - o seu corpo.

  De tanto querer matar Marilyn Monroe, acabou por morrer Norma Jean.

20080813

Apontamento #3



  - Vamos falar sobre o tempo, a paisagem, as pessoas.
  - Não vamos falar. Deixa-me só ficar a olhar para ti.

Apontamento #2

  
  Amar não é ficar,
é ficar apesar de.

Eu só te quero a ti.




  Porque me enches o peito. Não és (im-)perfeito. Roubas-me as palavras. Por todas as razões certas e erradas. Porque me fazes bater com a cabeça nas paredes - no literal conceito. Porque és o melhor de mim e ainda assim o meu pior defeito. Por tudo o que eu queria ser e não posso por causa de ti. Por seres assim, por fazeres o que queres de mim. Não me dás mau amor, dás-me o trabalho de te amar. Porque sim, por ter acertado em ti e não querer voltar a procurar. Enches-me de dor. Enganas-me, amor. Partes-me o coração. Porque não? Escolhi viver (-te) assim: amar é morrer em vez de matar. Há ir, não há voltar. Por todas as vezes que senti a tua falta. Por todas as vezes que me neguei para te afirmar. (Salta!) Por todas as vezes que saltei e caí. Por todas as razões erradas: eu só te quero a ti.



  (Porque fazes-me esquecer do "eu": já não preciso de cuidar de, pensar em, correr atrás de, lembrar-me de, viver para - mim. Porque o meu dicionário parou na definição de "tu". E agora corremos os dois atrás do "nós".)


--


  "eu : a entidade; a personalidade da pessoa que fala;
          o ser humano considerado como ente consciente;
          a consciência;
          egoísmo"


  "tu: a pessoa a quem se fala;
         pronome que representa a existência de familiaridade"


  "nós: pode desempenhar a função quer de sujeito, quer de complemento;
           as nossas pessoas"

20080812

Apontamento #1

  
  Partiste-me o coração, 
e nem varreste o chão.

20080801

Mulher com VAZIO procura Homem com CORAÇÃO.

  
  Mulher, 18 anos, Lisboa. 
  Sou jovem, feia, com um vazio enorme no peito, uma necessidade inconsolável de atenção, uma queda cliché para fazer da minha vida um drama.
  Procuro Homem com coração, que me preencha, que me ame incondicionalmente, que não me contrarie, que corra atrás de mim.
  Não procuro um Homem que fique. Procuro um Homem que fique apesar de tudo.


  Se todos os anúncios de jornal fossem assim, ninguém se daria ao trabalho de ler os classificados. 
  As pessoas insistem em procurar, o que não se encontra em folhas de papel impressas. Desenham círculos a caneta vermelha, em volta de várias opções numa mesma folha. Mas o amor não é uma opção, porque não se escolhe, não é dado a escolher. O amor encontra-nos. 
  Mas as pessoas querem fingir que correm atrás do amor em páginas a preto e branco, só para dizer que sim, que correm, que procuram. Por dentro gritam que apenas não querem sentir-se sós. Não procuram amor, porque o amor não se procura, porque o amor não é assim que se encontra, porque o amor é a verdade de toda a mentira e os classificados são conjuntos de frases feitas. 
  Ninguém vai escrever no espaço " Encontre a sua cara-metade " da revista cor-de-rosa mais vendida, que é feio, carente, possessivo, ciumento, dramático, que quer alguém que o  ame para sempre e que continue com ele apesar de tudo e para além de todos. Porque todas as pessoas sabem que frases não-feitas (sejamos realistas) não funcionam.
  Actualmente, ninguém tem medo de perder alguém em especial, por uma razão especial, porque sentiria falta desse alguém especial. Isto, porque já ninguém é especial para alguém. Os homens são todos iguais para as mulheres. As mulheres são todas iguais para os homens. Por mais relações diferentes, com pessoas diferentes, em momentos diferentes, que uma pessoa (seja homem, seja mulher) tenha ao longo da sua vida, vão ser sempre todas iguais. As pessoas repetem-se porque à partida, as pessoas sempre que partem para uma nova relação, não fazem mais nada do que procurar o que não existia na relação anterior. Descobrem que ali também não existe, então partem para outra - e assim sucessivamente.
  São todo um conjunto de sucessões, de substituições, de procura de algo que está dentro de nós à muito tempo. Mas dentro de nós dói mais procurar, do que dentro dos outros, ou dentro de algo que (julgamos que) criamos com os outros. 
  Vivemos a vida em repeat mode. 
  
  Carreguem no play e deixem a cassete rodar: mulher com vazio procura homem com coração.
  Stop. Encontrei um homem só para mim! - e ofereceu-me um coração. 

20080731

As pessoas e o miocárdio das pessoas.


  
  É difícil sermos felizes. É fácil atirar-mo-nos de cabeça para dentro de qualquer coisa que nos cheire a felicidade, mas é difícil não bater com a cabeça no chão. Porque para sermos felizes insistimos em que a cabeça é que tem de sofrer, mas porquê, se quem manda é o coração? Batemos e batemos, vezes sem conta, no fundo. Arrastamos o cérebro atrás do nariz - segue o cheiro de ser feliz. Fechamos os olhos e remoemos o que nos arde por dentro, mas não sabemos onde arde, nem o que arde ao certo. Sabemos apenas que queima. 
  As pessoas caem - levantam-se, sorriem, caem outra vez. Por mais que se deite as mãos à cabeça e se grite, se chore, se fungue - se não se ouvir não vale de nada. Porque enquanto a dor queima sabe-se lá onde, a voz que se ouve que grita connosco, não vem da cabeça. Vem do coração. E o coração não vai atrás da cabeça, o coração não vai atrás de nós, por mais que queiramos.
  As pessoas querem lá chegar, mas o coração não as leva. Ele não anda atrás de nós. Somos nós que andamos atrás dele. A correr, as pessoas correm atrás do miocárdio, porque ele foge e se não o apanharmos, ele não nos leva com ele - para onde cheira a ser feliz.
  (Mas quando não lhes interessa) As pessoas fogem. O órgão produtor de amor e de dor (tudo acabado em -or) não corre atrás. Persegue. Caminha em bicos de pés, não quer ser ouvido. Quer assustar. Quando não é procurado, procura, encontra. E mói, e rói, e dói, mas não mata.
  As pessoas têm medo. O amor (é uma faca de dois gumes), não mata, as pessoas matam o amor. O medo das pessoas mata o amor. As pessoas matam o amor, e voltam a matar, e matam, e voltam a matar outra vez. 
  As pessoas magoam. Atiram-se todas de cabeça contra uma parede branca. Só o amor pode salvá-las de ir contra ela. Mas as pessoas querem ser magoadas. E as que magoam, magoam porque foram magoadas e... dói. As pessoas arrancam miocárdios e atiram-nos umas às outras: não é um jogo. É um coração. São pessoas. São duas pessoas que fazem um coração (como são duas pessoas que dançam um tango). E é tão difícil ser feliz quando é tão fácil cairmos dentro do amor sem saber se sairemos vivos de dentro dele.
  O problema nunca foi nos atirarmos, cairmos, amarmos, ardermos (nem morrermos). O problema foi sempre magoarmos (magoar-mo-nos). O amor não mata, o amor só vicia. E nós (pessoas) magoamo-nos a nós, para termos uma desculpa para matarmos os outros. 
  E as pessoas que nos magoam mais (que nos matam mais), são aquelas que haviam prometido nunca o fazer.

Definição: it takes two to tango and one to break a heart. ®


" O tango é um pensamento triste que se pode dançar. " by Discépolo.


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It takes two to tango: just like a dance between two lovers (the tango), one person might start a fight, but they both keep it going.