Este blogue é dedicado a todos aqueles que estão apaixonados.





20080924

Publicidade inteligente #2



20080923

Apontamento #8


  Estar contigo é voar, 
sem tirar os pés do chão.
  Amanhã, voaremos.

20080921

Amor vs. Sexo


  Vamos começar, já que é tão fácil. É só fazeres o que eu quero. É só te despires e fazeres o que eu faço, que é o que eu quero que tu faças, para fazermos os dois a mesma coisa, juntos. Não, espera. Isto não é para os apaixonados. Faz só o que eu quero e pronto.


  Já diz o wikipédia: "(...) a palavra "amor" pode ser entendida também como "sexo", quando usada em expressões como "fazer amor" (...)", será porque o sexo é a base de um amor saudável?
  Correcto.
  
  O amor é um sentimento que gera sentimentos. É, portanto, um buraco negro de sensações diversificadas, que nunca mais acabam. Mas, verdade seja dita: comum a todas as formas de amar de todas as pessoas à face da Terra, está a... dependência.
  É um buraco negro criado por uma pessoa, que vai (tentar) absorver tudo o que a pessoa de quem essa pessoa depende, (não) lhe pode dar.
  Tal como alguém depende de alguém para amar, não sendo necessariamente precisa uma reciprocidade de buracos negros - só precisamos de alguém, lá, que possamos amar a vida inteira, porque se não formos amados de volta, podemos sempre amar sozinhos a vida inteira, mas dependemos da existência da pessoa amada, lá, nem que não seja: lá connosco - o amor também precisa do sexo para sobreviver.
  As traições, as omissões, as confusões: as mentiras que se geram em torno do sexo fazer girar o amor, sim, porque o amor não gira à volta das pessoas, o amor é um buraco negro dentro do qual estão as pessoas, a girar, a girar, a girar. E quem move esse buraco negro ao qual dão o nome de amor? É o sexo. O sexo faz o amor girar, faz o amor durar, faz o amor não parar de girar, e se o amor gira, as pessoas muito mais, e é assim... a vida inteira.
  Porque é que grande parte das relações acaba com traições, assumidas ou descobertas?
  Porque trair é a melhor forma de dizer: o amor acabou porque o sexo também.
  Se repararem: mulheres feias são trocadas por mulheres bonitas, mulheres bonitas são trocadas por mulheres mais bonitas - qualquer caso de uma mulher bonita ter sido trocada por uma mulher feia é porque a última deve fazer uma óptima cama. Homens feios são trocados por homens bonitos, homens bonitos são trocados por homens mais bonitos - qualquer caso de um homem bonito ter sido trocado por um homem feio é porque o último deve ser rico.
  É o sexo, também pode ser o dinheiro, mas é o sexo. 
  O corpo é o maior afrodisíaco que pode existir, o corpo é o afrodisíaco do amor. A beleza interior? Por isso é que a Disney criou os contos de fadas, porque na realidade não é algo que as pessoas dêem grande importância. Mas se pensarem bem, os contos de fadas mais conhecidos e aplaudidos pelas crianças (tão novas e já a pôr o inconsciente a trabalhar) são todos aqueles em que as princesas são tão bonitas que até dói, e tão magras que até dá fome. Os príncipes são altos e bonitos de arrancar os olhos (não, não vou referir o cavalo branco no qual todos aparecem montados, porque não consigo imaginar de onde essa ideia terá surgido).
  Reparem só na sexualidade à qual o inconsciente das crianças é exposto, sob a ideia de um conto de fadas no qual o interior é a beleza que comanda a vida. Desculpem, mas porque é que as princesas têm, quase todas, de ser acordadas com um beijo. E porque é que os casais se apaixonam, quase sempre, quando mal se falaram. E, claro, alguém faz a mínima ideia do porquê da Branca de Neve decidir morar numa casa com sete anões? Sete homens, quero eu dizer. Repararam? A Disney, também, é só indirectas.
  O corpo é quase sempre a primeira impressão que temos de alguém. Sexualmente falando, o flirt inicial, que todas as pessoas pensam que provém do amor à primeira vista, provém duma coisa muito menos complicada e realista: o desejo. Sexual, óbvio. O desejo é o acto sexual psicológico. O amor, ainda, não existe aí. A atracção, sim. 
  A afinidade, a intimidade, a curiosidade, o dejá-vu, toda aquela sensação que se cria em torno do simples acto de olhar para uma pessoa e pensar que já é amor à primeira vista, é a atracção, o desejo - a primeira impressão do corpo. 
  O corpo que, com todos os seus cheiros, o perfume que sai de todos os poros da pele, cria uma determinada imagem duma pessoa. O corpo que com todas as suas características cria um amor e mantém um amor. Há que cuidar do corpo, porque ser saudável, leva a pensar saudável e a sentir saudável. E um amor com sexo saudável, proveniente da conexão de duas pessoas que sentem saudável, dará origem a um amor saudável. 
  Sim, o amor é uma doença, e não, a sua cura não é o sexo. O sexo é tudo no amor, menos a cura. A cura é deixarmos de depender de alguém para amar. Se o amor é o acto de amar, isso chega. Para duas (ou mais) pessoas se amarem, não precisam de depender uma da outra.
  Podem amar-se a vida inteira, sem sequer viverem uma com a outra.
  Podem amar-se a vida inteira, sem sequer se tocarem. Sim, porque eu não proferi o sexo como só movendo o amor a partir do toque. O amor à primeira vista, vá lá pessoas: a atracção, não precisa de toque sequer. E, lá está, é para isso que existe o Hi5 (etc). 
  Na sociedade em que vivemos - na adolescência, na maioridade - no mundo em que vivemos, até já a amizade precisa de sexo. Porque a amizade é uma forma de amor e porque os amigos são a Sexta-feira à noite no Bairro Alto do Sábado dos namorados
  
  É quando fazemos sexo (com ou sem amor - porque o sexo não precisa do amor para nada), que nos sentimos independentes. Ou seja, não dependentes. E é por isso mesmo que o sexo complementa o amor e ajuda-o a ser, crescer, e viver - da mesma forma que o pode ajudar a morrer, mas, mais uma vez, quem mata o amor são as pessoas, não o sexo
  O amor prende-nos por antecipação, por isso é que, ou o procuramos desesperadamente, porque precisamos com urgência de nos sentir agarrados a alguém - chama-se a isso carência e/ou falta de amor próprio - ou fugimos dele porque não queremos morrer e/ou matar ninguém, ainda.
  E, então, é no sexo que somos independentes. Que nos transformamos, que dizemos coisas que durante o amor, nunca seriam ditas. Por isso é que precisamos do sexo, para dizermos essas coisas, para fazermos essas coisas. Para não sufocarmos com o egoísmo do amor para com nós mesmos. Para nos libertarmos do romance cliché do amor, e sermos tudo o que não somos com os outros, só dentro dos outros, literal-ou não-mente.
  A traição surge, então, quando não conseguimos dar tudo de nós aos outros, ou quando os outros não nos fazem (querer) dar tudo de nós a eles. E se não conseguimos mostrar tudo o que somos a quem amamos. E se não conseguimos fazer com que quem amamos se mostre, em todo, a nós. Ou matamos primeiro, ou morremos. Por isso, mata-se o amor. Porque não queremos depender do coração de ninguém, mas não nos importamos de depender do corpo de alguém. Quando dependemos do coração e do corpo, o corpo faz-nos sentir que não precisamos assim tanto do coração, e senti-mo-nos bem, senti-mo-nos, ainda, donos de nós próprios. Mas quando só se depende do coração, o medo é maior, o medo é a razão: traição.

  Não há amor sem sexo, mas, há sexo sem amor. Como dizem os americanos: Deal with it- aprendam a viver com isso.



  Isto tudo não é uma visão machista do amor - nem machista, nem feminista - apenas realista.
  Porque, ao contrário do estereótipo, da mesma forma que as mulheres amam, os homens também amam. Da mesma forma que as mulheres fazem sexo, os homens também fazem sexo. Nenhum o sente, ou o faz de forma diferente. A única coisa que muda, é que as mulheres conseguem ter mais orgasmos, em 24 horas, do que os homens. 


  Amor vs. sexo? Não.
  Amor com sexo? Sim.
  Sexo sem amor? Sim.

Não me fodas - ama-me.


  E fodida,
sei que, a partir de agora, 
de cada vez que me foderes, 
amar-me-ás cem vezes mais.

20080914

Eu consigo.




  "Quando uma coisa não tem por onde se pegue, e mesmo assim se quer pegar nela, não há altura certa, mas também não há outra que não seja esta: já. Esta já. Vai já esta. E é agora.
  E , já agora, pega-se nela, com uma única intenção: a de não a largar.
  Assim peguei na minha vida, mesmo com medo que estivesse pronta. Arrisquei. Podia ser que contivesse ainda alguma coisa por descobrir ou acabar.
  (...)
  Talvez fosse tarde demais. Mas só pegando na minha vida naquele preciso momento, com toda a força que tinha, é que poderia saber se isso era ou não verdade. E, enquanto não soubesse, tinha muito com que me entreter. Muito, quer dizer. Se calhar, muito pouco. Mas era a única coisa que tinha. Se era muito ou pouco, não sei, mas era toda a minha vida."

  Cemitério de Raparigas by Miguel Esteves Cardoso.

Apontamento #7


  Rimo-nos do amor, 
quando é a única doença,
que nos mata de dentro - para fora.

20080911

Edie Sedgwick: a musa de Andy Warhol.




  PS: aconselho o filme The Factory Girl, uma biografia apaixonante:

  Andy Warhol conheceu Edie Sedgwick. Fez dela sua musa, apaixonado pela sua beleza e personalidade cativantes. Mas um amor puramente artístico - "She's a superstar.".
  Acendeu-lhe o cigarro, levou-a a festas, filmou-a em lingerie, lançou-a no mundo da moda com a trend das collants. Andy Warhol apresentou a Edie, a fama: "I gave you fame. Every teenage girl wants to be like you.".
  Mas um dia a sua musa apaixonou-se. Não o esqueceu. Apaixonou-se, só.
  Andy perdeu-se em ciúmes: não se sabe se dela com o rapaz, ou se do rapaz com ela.
  Castigou Edie, ignorando-a. Abandonando-a. Escolhendo novas musas. 
  Edie viu-se sozinha, tendo de escolher entre dois homens, amando-os de forma diferente. 
  Acabou na miséria.
  Sem a "protecção" de A. Warhol, Edie passou a ser ninguém. 
  Abusada por todos e consumidora assídua de drogas pesadas, acabou por entrar numa clínica de reabilitação. 
  Em 1970 saiu. 
  Em 1971 casou.
  No final desse ano morreu de overdose: tinha 28 anos.

20080909

Apontamento #6


  Sou mais hoje, contigo.
  Do que alguma vez fui, sozinha.

As pessoas são como livros: há que as ler.


  As pessoas entram e saem da nossa vida. 
  Umas são como aquelas revistas cor-de-rosa que lemos e deitamos para o lixo quando passam de prazo, simplesmente porque, depois de algum tempo, já não nos dizem nada de novo.
  Outras são como aqueles livros que lemos e sublinhamos e devoramos vezes sem conta, página por página, porque não queremos saber o fim.
  Eu sempre comprei os livros, não pela capa, mas pelo título. E sempre li o fim de cada livro antes de o trazer para casa comigo. Muitos com bons títulos: títulos inteligentes, cativantes, com asneiras para que a pessoa olhe, fique chocada e depois compre - ficaram na prateleira. Porque apesar da capa levar à promessa duma leitura longa e saborosa, o fim prometia muito menos, ou quase nada.
  Nunca comprei revistas cor-de-rosa, não gasto dinheiro com algo que promete não ter fim, quando já acabou há muito tempo.
  As melhores pessoas são como os livros. E as que melhor mentem, também.
  Há livros que valem a pena ser lidos, sublinhados, devorados com os olhos letra a letra, palavra a palavra - aprendemos muito com eles.
  Mas há livros que - não, não deitamos fora - mas mais vale livrar-mo-nos deles. Por isso é que existe o mito de que se trocam pessoas de longa data (livros por ler) por coisa nenhuma (espaço para novo livro). E para isso existem as pessoas novas (livros recentes) que substituem as pessoas de longa data (livros por ler) ou mesmo que as roubam de outras pessoas de longa data (livros lidos, sublinhados mas que perderam o interesse).
  Apesar de tudo, todas as pessoas procuram livros recentes, a cheirar a novo, com uma capa cativante e um título inteligente, que as faça querer espreitar a página qualquer-coisa-número-grande e descobrir já o fim, mas que consiga - ao mesmo tempo - fazer com que não o façam, de forma a que essa curiosidade dure... a vida inteira.
  As pessoas vão e vêem, muito poucas ficam - longe ou perto.
  Só fica quem lê. (E quem quer ser lido.)
  

20080908

És escada de incêndio da minha felicidade.


Apontamento #5

  Amo-te tanto, 
mas quanto?
  O coração não sabe contar.