Este blogue é dedicado a todos aqueles que estão apaixonados.





20091224

Feliz feriado comercial que a Coca-Cola inventou.

This,



is LOVE.

Apontamento #38

No amor a dor é uma constante.
Quem ama, sofre.
Já dizia o primeiro homem a ter coração.

Apontamento #37

Love me two times, one is not enough.

20091208

Coração que mata coração.

Como é possível um coração comer outro coração.

20091207

Apontamento #36

The best part of me is when i imagine you.

20091129

Apontamento #35

Nada vai ser fácil, nunca foi.

Ornatos Violeta

20091118

Apontamento #34

O amor feio, pornográfio, sujo, negro e dorido é o pior de todos - mas, também, o mais verdadeiro.

Apontamento #33

Quero chegar à morte de coração vazio, pelo menos dei tudo de mim.

Apontamento #32

Todo o amor é válido desde que seja sentido.

A nossa casa vista de fora.

Telhado de vidro, portas de vento, janelas que espelham as nuvens lá fora, uma casa feita de tudo o que é eterno, contudo não é seguro, e o relógio na parede marca a hora de ir embora e partir para ficar, fugir para voltar, e já foram tantas as vezes em que te despediste de mim e eu esperei, afastando a cortina e espreitando para o outro lado do mundo, tentando reconhecer-te entre a multidão, entre as cabeças que fazem girar o chão, procurando com os olhos as pernas no teu coração, tu com as mãos atiradas à cabeça a gritar o meu nome, a pedir ao mundo para te deixar sair cá para dentro, tu - fumo do meu cigarro, pedaço da minha boca quando te beijo, tu que vives neste meu mundo, nesta minha casa de papel com chão escorregadio, tu que dás um sentido à mobília, ao telefone quando toca, à campainha quando tocas à porta, ao meu coração quando bate.
Amar-te faz sempre sentido, faz sentido em todo o lado.

20091114

A nossa casa vista de dentro.

E um dia vou ter tudo o que quero, e o meu coração vai ser perfeito, vai ter a forma do teu e caberá dentro do teu peito, não ficará nenhum espaço vazio, não haverá nenhum hífen entre o amo e o te, não seremos só mais dois corpos neste mundo de amores à pressão e o nosso romance não se medirá por frases feitas e não contaremos o tempo pelo número de mensagens que enviamos um ao outro nem pelas horas que conversamos ao telefone, o nosso amor não se vai gastar no egoísmo dos nossos cérebros cansados nem na amargura das nossas bocas sujas, vai permanecer intacto, insofrido, dentro de nós, com uma porta virada para o nosso peito e uma janela com vista para o mundo, seremos tudo, acima de todos.

20091024

Apontamento #31


Elvis, the dog.




A dog has no use for fancy cars, big homes, or designer clothes. A water log stick will do just fine. A dog doesn't care if your rich or poor, clever or dull, smart or dumb. Give him your heart and he'll give you his. How many people can you say that about? How many people can make you feel rare and pure and special? How many people can make you feel extraordinary?

Marley and Me

20091023

Pensar.

Crer para ver.

Não há amor como o primeiro, mesmo que esse primeiro seja o último.

Quantas pessoas te amaram? Quantas amaste? O afecto é a melhor forma de saberes o tamanho da tua vida. Ou seja, do até onde exististe. Haverá outro balanço para saberes se ela valeu a pena?

De que serve a inteligência, se não tens inteligência para a usar com inteligência?

O amor acrescenta-nos com o que amarmos. O ódio diminui-nos. Se amares o universo, serás do tamanho dele. Mas quanto mais odiares, mais ficas apenas do teu. Porque odeias tanto? Compra uma tabuada. E aprende a fazer contas.

O egoísta e o altruista não diferem apenas em sê-lo, mas no tempo que levam até chegarem a si próprios. O altruísta dá uma volta pelos outros. O egoísta é mais rápido.

Ama o impossível, porque é o único que te não pode decepcionar.

O vocabulário do amor é restrito e repetitivo, porque a sua melhor expressão é o silêncio. Mas é deste silêncio que nasce todo o vocabulário do mundo.

No amor nunca os pratos da balança estão equilibrados. E como a essência do amor é etérea, quem pesa mais é quem ama menos.

Vergílio Ferreira


20091014

Se eu podia viver sem ti?

Podia, mas não era a mesma coisa.

Apontamento #30



My heart is yours to fill or burst, to break or bury, or wear as jewelry.
Whichever you prefer.


Dashboard Confessional

20090930

Apontamento #29

Acordar todos os dias apaixonada por ti outra vez.

Apontamento #28

I love you, in a really, really big pretend to like your taste in music, let you eat the last piece of cheesecake, hold a radio over my head outside your window, unfortunate way that makes me hate you, love you.

So pick me, choose me, love me.

Grey's Anatomy

20090917

Os outros mudam,


mas Tu não.

20090915

Apontamento #27

And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Is such a heavenly way to die
And if a ten-ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well, the pleasure - the privilege is mine.
The Smiths

20090914

Apontamento #26

Apontamento #25

Estou furiosa comigo e com o mundo.
E com o meu tempo de antena que insiste em andar contra o relógio.

Um para o outro.

Escorregar na tua ternura, no teu ser que me arrasta o lado esquerdo do peito pelas pedras da calçada, onde passamos, onde paramos e vivemos, só para ter mais um pouco de ti do que aquilo que me dás, só para sentir no meu corpo uma insignificante parte de tudo o que vai cá dentro, de tudo o que limita a minha alma à forma da tua, de tudo o que nos define como dois corações cansados em busca de um amor que nos carregue nos ombros, que nos faça engolir em seco as palavras para que não o mordisquemos sequer, para que não o possamos ferir, magoar, para que permaneça intacto, tal como as nossas mãos uma na outra, perfeitamente sobrepostas e alinhadas, tal como nós, indiferentes à margem das nossas vidas, indiferentes ao que passa por nós, indiferentes a tudo aquilo que não nos faz sentir nada, nada além do que em nós cabe, do que persiste, nada maior do que o espaço que guardamos cá dentro, que reservamos para algo, para alguém, para nós.

20090912

Introdução à lei do menor esforço.

Precisamos de duas mãos para darmos as mãos,
mas só precisamos de uma para dizer adeus.
Por isso, preferimos despedidas.

20090906

Ch-ch-ch-changes.

20090904

O meu mundo à tua volta.

20090813

Apontamento #24

Tens razão, Miguel, o amor é mesmo fodido.

20090803

Espelho meu.

No fim de tudo.

20090802

Estou



a deixar a vida passar por mim.

20090801

O valor das coisas

não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.



Fernando Pessoa

20090728

Apontamento #23

Não te vás embora de mim.

20090720



Tirei férias do cansaço de tudo.

Agora sim, tem piada.

20090714




20090709

20090701

Partir para ficar.

Parte de mim ficou na outra margem quando te vi partir. Do outro lado de Lisboa, bem longe da vista, bem perto do coração. Cruzaste o rio Tejo. Da janela do comboio viste o nosso amor passear com as ondas, desejaste entrar num daqueles barcos à vela que navegavam para o outro lado do rio - contrário ao teu. Tentaste olhar em frente e viste, ao fundo, o final da ponte, o ponto de chegada, antes ponto de partida, a tua origem. Quiseste que o comboio parasse, que o mundo parasse de girar, pensaste em pedir tempo emprestado ao tempo, tempo suficiente para voltar atrás. Não fazia sentido regressar ao ponto de partida sem mim, sem nós. Sentiste-te como se andasses às voltas num carrossel gigante em forma de coração, com múltiplas veias como que braços, sentiste-te a passar de mão em mão, de momento para momento, ao mesmo tempo que relembravas com pormenor - e memória fotográfica a tua - cada centímetro do nosso amor, cada traço de expressão do meu rosto, cada movimento do meu corpo de encontro ao teu, cada segundo do tempo que tinha sido nosso. Voltaste para a mim não voltar, mas nunca saiste daqui. Nunca sequer deixaste o teu pé pisar fora da porta do meu quarto e permaneceste no cheiro dos meus lençóis por tempo indeterminado. Sempre te imaginei sentado no chão da minha varanda de cada vez que cheguei a casa para um quarto vazio, uma cama vazia, um miocárdio a respirar com dificuldade, partido em dois com uma metade em falta. Partiste para ficar? Ficaste na minha memória, parei o tempo do meu pensamento na última vez que te vi: estávamos os dois, frente a frente, e então pedi-te para não estragares aquele momento com uma despedida, queria-o intacto na minha cabeça, enganando o meu coração constantemente com a perfeição dos teus actos e tu, a minha pessoa preferida, pediste-me para fechar os olhos e contar até sete. Quando os voltei a abrir, havias desaparecido, imaginei-te de malas e bagagens a correr para apanhar o autocarro, imaginei-te do outro lado da rua à espera que eu fosse à janela do meu quarto para te dizer adeus. Eu não apareci. Aliás, fiquei parada naquele exacto momento, perfeito, intacto, não lhe mexi, não movimentei um dedo sequer para que tudo permanecesse como o tinhas deixado. Assim que a hora do teu autocarro partir passou, parti o meu relógio em mil pedaços e corri para a janela em direcção ao conceito vazio de ti. O meu tempo ficou ali e, assim, paraste dentro de mim.

Não há outro que conhece tudo o que acontece em mim.

20090624

Apontamento #22

Revejo-me no passado. Entre os meus lençóis existem rugas que não saem, as almofadas ficaram com um cheiro característico e, tal como os nós que dei na minha vida, a minha roupa enrola-se em cima da cama, dá voltas sobre si mesma em busca de quem a vestia. Não mudei mas não sou a mesma - adaptei-me ao pior dos outros.

?

- Vai ser especial desde que estejas com a pessoa que amas.
- Mas tu já foste para a cama com tantos homens...
- Naquele momento, amei-os a todos.

20090618


Quero sentir tudo.
De todas as maneiras.
Ao mesmo tempo.
=
Não sinto nada.

Apontamento #21

A cabeça filtra o que vem do coração.

Apontamento #20

Não me tapes a boca que o grito não vem de dentro.

20090601

O amor não tira férias.

Um porto seguro.
Todos precisamos de um porto seguro, um abrigo, joelhos para deitar a cabeça, uma alma que nos acalme o corpo.
És tu quem me abriga da chuva que faz lá fora, do medo que só eu sei onde mora. És tu a margem da minha vida, o meu passeio de sossego, a minha segunda morada. E é em ti que me revejo, que me refugio. Porque todos precisamos de uma margem na nossa vida, um lugar seguro, um par de braços que nos envolva numa realidade que não é real. Porque para fugir, todos precisamos de ter para onde fugir.
E eu tenho-te a ti. Minha melhor espera, meu desespero em forma de homem. Pessoa que comanda a minha vida. E é a ti que me entrego, só a ti. Em toda a forma do meu desespero a cada momento que te procuro, que te encontro nesse meu final de vida onde sempre terás um lugar cativo. E é em ti que me dissolvo, em cada traço do teu rosto - tu, estranha forma de vida que me consomes a alma e fazes teus os medos meus.
É em ti que encontro um coração vazio, uma espera longa, uma saudade de vidro. E é para ti que corro, é dentro de ti que fujo. Às voltas no teu estômago, como borboleta sem asas para voar. Sou efémera invertida, não fujo da morte - fujo da vida.
E é a esse teu coração que chego, abro, entro e preencho. Trago comigo o tudo que faz girar o mundo à nossa volta. És o meu limite, ofereço-te um centro, um ponto de equilíbrio.

E é em ti, corpo trabalhado por um coração cansado, que ganho sentido. E é ao teu lado, que o mundo vale a pena.

O amor não tira férias, cansa-se em ti, na tua demonstração de tudo o que é perfeito.

Apontamento #19

As ruas, uma enchente de baratas deitadas ao sol. O calor aperta e desaperta botões.
Fujo do sol que queima a estrada, escondo-me nos passeios da vida.
Saem dos buracos, emergem à superfície e param no fim de tudo. As baratas correm em direcção a um nada inconsciente, a negação do que não existe. É um vazio cheio de nada, uma vida cheia de tudo o que é inexistente. Ilusões, necessidade de nos agarrarmos a algo que possamos tomar como nosso, mesmo sendo comum a toda gente, simplesmente porque não é real. Realidade virtual essa que as engana, elas que saem cá para fora em busca de um final que não acabe.

E eu, corpo que aprendeu a viver numa sociedade de baratas, arrasto-me a mim e ao meu comportamento desviante para os limites do mundo. Refugio-me nas margens da vida.

E as baratas correm. Os pés que pisam, não me esmagarão hoje.

20090528

Apontamento #18


O equilíbrio entre duas pessoas nasce da reciprocidade de um sentimento que parte de dois pontos para se encontrar num centro, ninguém ama mais que ninguém mas não amamos o mesmo. O equilíbrio está em amarmos em conjunto.

Faz-me impressão,

amores à pressão.

Como uma cerveja tirada na hora, de meio litro, bem fresquinha, que ou bebemos de penalti ou morre a meio. Servida em copos de plástico, para beber e deitar fora. Na manhã seguinte é deles que o Bairro Alto está cheio.

E as pessoas são feitas de cevada.

20090519

Apontamento #17

A saudade é parte integrante do buraco negro de sentimentos que gera o amor.
Vivemos mal com ela, mas sem ela, não vivemos sequer.

20090517

Agarra-o.


"A cidade está deserta.
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte.
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra repetida ao expoente da loucura.
Ora amarga,ora doce.
Para nos lembrar que o amor é uma doença.
Quando nele julgamos ver a nossa cura. "


Ornatos Violeta



Escrevemos nomes nos passeios para toda a gente ver. Nas estradas, nas casas, nas ruas. Escrevemos o quanto amamos, o quanto estamos arrependidos e o quanto queremos o outro de volta. O seu nome espalhado pela cidade, ao abrigo dos milhares de pés que caminham sobre o chão, dos milhares de corpos que se roçam nas paredes.
Nós, sem rumo, que perdemos o chão, que abandonámos os escombros de um quarto vazio, deitamos o nosso coração ao largo, espalhamos o nosso amor pelos cantos da cidade na esperança de que vá ao encontro de quem perdemos. Para quem passa e vê as palavras escritas a tinta preta, o nome de alguém espalhado ao vento, dá-se ao trabalho de ler para depois poder chamar de ridículo. E tem razão, é.
Nesta demonstração escrita, reside o mais ridículo dos amores, o amor lamechas, enjoativo, que nos dá voltas ao estômago e nos dá sinal ao cérebro como sendo um amor errado. E é errado.
O amor para ser verdadeiro, tem de ser nosso, só nosso. E esse amor nosso, o mais puro dos amores, é o amor sujo, rasgado, dorido e negro, o amor que não contamos a ninguém, que não espalhamos pela cidade, o mais puro dos amores - escondemos.
Ridicularizamos o maior sentimento do mundo quando o espalhamos pela cidade em estúpidas demonstrações de amor, esse amor já não é nosso - passou a ser de toda a gente. E provavelmente, toda a gente o viu, por aí, espalhado por todo o lado, partilhado com o mundo, menos a pessoa a quem o dedicámos.

Não deites o amor ao mundo - se o amor é teu, agarra-o.

20090511

Acontece.

Corremos todos atrás da necessidade imensa de alguém. Não queremos ficar sozinhos, é um medo que nos persegue e do qual fugimos constantemente. Se perdemos uma pessoa, ou se nos sentimos ameaçados pelas dez chamadas não atendidas que lhe deixámos no telemóvel ou pelas trinta mensagens escritas às quais ela não respondeu em 24 horas, planeamos um novo futuro para nós. Fazemos esboços com o cérebro e calculamos mentalmente as pessoas mais próximas de nós com mais probabilidade de preencherem o vazio que se prevê, fazemos as contas, analisamos os prós - nunca os contras - e quando damos conta a pessoa que não nos atendeu o telemóvel já ligou de volta outras dez vezes e já esteve à nossa porta duas horas à espera. Foi-se embora e nem demos por isso, estávamos tão preocupados em planear um futuro sem ela que nem nos passou pela cabeça apostar num presente com ela - esperar. E no dia seguinte já temos uma fila de possíveis preenche-vazios atrás de nós, temos de os sacudir das nossas costas de tantos que são, correm também eles atrás de um preenche-vazios e corremos todos uns contra os outros à procura de encher o peito com o maior sentimento do mundo no mais curto espaço de tempo. Apaixonamo-nos num dia, em dois dias já distribuímos amo-te's como se fossem rebuçados e em três dias já é para sempre e já vamos casar. Ao fim de sete dias, uma semana inteirinha de paixão imensa e espectactivas elevadísssimas, caímos de cabeça e não sabemos porquê.
Procuramos constantemente no outro aquilo que o anterior não nos conseguiu dar, ou aquilo que não conseguimos receber. Precisamos de contacto diário, de ver para crer, de estar, de sentir,de saber. Os cinco sentidos sempre a funcionar, sempre a trabalhar para o propósito de aproveitarmos todos os momentos em que não estamos sozinhos. Não damos espaço, roubamos espaço ao outro e quando o sentimos a afastar-se, quando o telemóvel deixa de tocar, quando o outro deixa de atender, quando já ninguém bate à porta, entramos em pânico e vamos mais uma vez à procura de um preenche-vazios.

No fim, só queremos alguém a quem roubar espaço, espaço que preencha o vazio que criamos dentro de nós.
Sim, acontece.


Amo-te tanto quando não estás.

20090510

A vida inteira.

" I want to marry you. I want to have kids with you. I want to build us a house. I want to settle down and grow old with you. I want to die when I'm 110 years old, in your arms. I don't want 48 uninterrupted hours. I want a lifetime. "


A maior prova de amor que alguém nos pode dar é dizer-nos que quer ficar connosco - para sempre. Uma vida inteira. Dispensar o seu espaço, dispensar a única coisa que lhe pertence mesmo fugindo-lhe constantemente das mãos - a sua vida - partilhando-a connosco. Colocando-nos dentro dela, metaforica e literalmente. Ninguém quer ninguém apenas 24 horas por semana, mesmo que sejam relações de cama apenas 2 horas chegam. Ninguém conhece ninguém em 2 horas, mas nesses casos o objectivo não é conhecer. Ninguém conhece ninguém em 24 horas porque em 24 horas ninguém se dá a conhecer.
Porque será que todos os casais fazem um drama quando um convida o outro para se mudar para sua casa? Não é porque sim. É porque é a maior prova que qualquer relação pode sofrer: 24 horas sobre 24 horas a viver com a mesma pessoa, a dormir com ela, acordar com ela, comer com ela, constantemente a falar com ela, nem tempo temos de pensar nela porque ela está sempre lá. As pessoas têm medo, refugiam-se, fogem, acabam relações antes sequer de passarem por isto. Porque não sabem lidar com isso, melhor, não querem lidar com isso. Não suportam a ideia de poder vir a dizer à pessoa que supostamente amam e com a qual supostamente deviam viver felizes para sempre: Estou farto(a) de ti. É difícil, mas ultrapassa-se. E então, as pessoas vão-se embora antes sequer de provarem, nem fazem do mito realidade, vivem no mito apenas, vivem apenas pela teoria de tudo, mas no amor não há teoria e quem ama devia saber isso - mas não sabe. As pessoas não estão dispostas a partilhar nada, são egoístas, não dão tudo, não querem dar tudo porque têm medo de ficar sem nada e no final, ficam sozinhas. A vida inteira, porque não quiseram partilhar com alguém um bocado dessa sua vida. E vão chegar à morte de mãos cheias, cheias de tudo o que não quiseram dar.

20090416

Apontamento #16

Não precisamos de ninguém para existir, mas precisamos de alguém para ser.

20090413

Apontamento #15

As pessoas não mudam, adaptam-se.
" Tenho em mim todos os sonhos do mundo. " Fernando Pessoa

E em ti forma de os realizar.

Mas porquê tornar os sonhos realidade?
Os sonhos são nossos.
A partir do momento em que os realizamos, passam a ser de toda a gente.

Tu.

- Sexo.
- Neste quarto só houve amor.

20090405

E se.

Ansiamos por uma anarquia, por liberdade nua e crua.

Todos temos um plano para dominar o mundo, tirá-lo da sua rota e fazê-lo girar à nossa volta.
Somos maus, mesquinhos, mas não queremos ser melhores, queremos fazer dos outros melhores, mudar as pessoas, mudar o mundo, para não nos sentirmos culpados por a única coisa que não conseguimos mudar sermos nós.
Mas. E se ninguém fosse realmente de ninguém, se tudo fosse nosso e não fosse só de alguém, o mundo sem regras, sem rótulos, sem donos de coisas, sem hierarquias.
Cada um por si e todos por ninguém.
O mundo parava.
As pessoas são máquinas, precisam de alguém que as guie, que as controle, que lhes diga o que fazer, o que dizer, o que pensar.
A sociedade é um organismo. Tal como um corpo, os orgãos funcionam sob comando do cérebro, se o cérebro pára, os orgãos não sabem como reagir. E isto somos nós: pessoas.
Todos precisamos de um cérebro que pense por nós, alguém que resolva os nossos problemas, a quem nos possamos encostar para não termos de lidar com eles.

Esperamos, constantemente, por um herói que nos salve, quando o único herói que nos pode salvar - somos nós.

20090307

A vida prega-nos partidas.








Não me importo de tropeçar nela, desde que o meu chão sejas tu.

20090120

25 de Outubro de 2007

As borboletas arranham-me o estômago em teu nome. Querem fugir para dentro de ti. Coso a boca com a linha do teu sorriso para que não consigam sair. Fico à espera que as venhas buscar, que me engulas o sorriso com a tua boca de descoser. Trincaste-me o coração da primeira vez que te vi. Come-o, é teu para guardar ou partir. Deixa-me encaixar em ti, fazer do amor um puzzle e de ti a peça principal. Deixa-me morder-te o beijo e saborear o teu gosto. Sabes a vontade de amar. Quero tocar-te mas não te quero deixar cicatrizes. Quero agarrar-te mas tenho medo de te deixar fugir. Se eu cair, apanhas-me ou cais comigo? Dá-me de comer do teu amor, alimenta-me o corpo, dá ritmo ao meu coração que bate aos gritos o teu nome - quando não estás perto para o ouvir. Quero-te gravado no meu peito, quero o teu amor no meu. Faz-me sentir tua, faz-te sentir meu, faz-nos sentir nós. Precisas de mim - ou és feliz sozinho? Não te quero aos bocados, o coração é um só. Já não sei se sei o que é sentir sem ti. És bom de gostar e melhor ainda de ter. E a perfeição morreu em nós. Não me mintas, ama-me. Sabes que amar mata? Fico á espera que me mates outra vez.

20090114

Apontamento #14

Um dia destes, vais partir-me o coração, só para ver como funciona por dentro.

20090112

Os loucos anos 30! da rádio

A rádio. Surgiu na ressaca dos loucos anos 20 - antes da televisão. Rádio Clube Português, a emissora nacional. Transmissora de novelas de voz, era cheia de dinamismo e novidade ao representar o novo noticiário de ouvir. Veio rebaixar o gira-discos, vendendo música a preço de caixa com botões. Transformou-se em centro de mesa das salas de estar, por cima do bibelô da avó e ao lado do retrato de família. Novo marido da dona de casa desesperada, que enquanto passava a ferro chorava porque o António não podia casar com a Dalila, porque o pai dela não deixava. Fetiche das mulheres portuguesas, a voz sem cara que as acordava todas as manhãs e que lhes dizia ao ouvido mais do que o homem lá de casa – a era dos locutores de rádio, o povo era deles. Os anos d’ouro da música portuguesa – todas queriam a boca de Tony de Matos e todos sabiam tanto quanto a Amália. O remédio para a tosse e o champô maravilha, a publicidade no seu melhor com os jingles que faziam rir os portugueses – não propriamente comprar. Do tempo da gasosa e dos namoros à janela, era o lado fantasia da real ditadura. Quase morreu nas antenas da caixa do primeiro canal – só acessível aos pares de calças que olhavam para ela enquanto bebiam a sua cevada. As saias e saiotes mal tempo tinham para cuidar da sua vida, quanto mais parar para vê-la . A rádio e os seus locutores de face anónima falando de estúdios lá longe da vista – muito mais propício ao fetiche, a televisão dava tudo de comando beijado. Madrinha da revolução vermelha, deu um dos seus últimos suspiros como rainha dos ouvidos portugueses, ao assinalar – cantando – as vozes do povo português. Entretanto a televisão por ser uma caixa maior e já ser a cores e tudo, veio pôr fim aos seus loucos anos de vida e a rádio retirou-se para o lugar de melhor actriz secundária. Mas enquanto a sua caixinha fez de Portugal um país ainda mais pequeno, os portugueses foram felizes.



Trabalho para Seminário de Rádio, Escola Superior de Comunicação Social.

20090105

" You gave me butterflies at the mailbox. "

Borboleta.

" Se a largar, sinto a sua falta.
Se a agarro, ela perde a cor.
Ela não é dos meus dedos,
é dos meus medos.
Faço-me passar por uma flor. "
- " You - complete - me. "
- " Shut up. You had me at hello. "