As pessoas entram e saem da nossa vida.
Umas são como aquelas revistas cor-de-rosa que lemos e deitamos para o lixo quando passam de prazo, simplesmente porque, depois de algum tempo, já não nos dizem nada de novo.
Outras são como aqueles livros que lemos e sublinhamos e devoramos vezes sem conta, página por página, porque não queremos saber o fim.
Eu sempre comprei os livros, não pela capa, mas pelo título. E sempre li o fim de cada livro antes de o trazer para casa comigo. Muitos com bons títulos: títulos inteligentes, cativantes, com asneiras para que a pessoa olhe, fique chocada e depois compre - ficaram na prateleira. Porque apesar da capa levar à promessa duma leitura longa e saborosa, o fim prometia muito menos, ou quase nada.
Nunca comprei revistas cor-de-rosa, não gasto dinheiro com algo que promete não ter fim, quando já acabou há muito tempo.
As melhores pessoas são como os livros. E as que melhor mentem, também.
Há livros que valem a pena ser lidos, sublinhados, devorados com os olhos letra a letra, palavra a palavra - aprendemos muito com eles.
Mas há livros que - não, não deitamos fora - mas mais vale livrar-mo-nos deles. Por isso é que existe o mito de que se trocam pessoas de longa data (livros por ler) por coisa nenhuma (espaço para novo livro). E para isso existem as pessoas novas (livros recentes) que substituem as pessoas de longa data (livros por ler) ou mesmo que as roubam de outras pessoas de longa data (livros lidos, sublinhados mas que perderam o interesse).
Apesar de tudo, todas as pessoas procuram livros recentes, a cheirar a novo, com uma capa cativante e um título inteligente, que as faça querer espreitar a página qualquer-coisa-número-grande e descobrir já o fim, mas que consiga - ao mesmo tempo - fazer com que não o façam, de forma a que essa curiosidade dure... a vida inteira.
As pessoas vão e vêem, muito poucas ficam - longe ou perto.
Só fica quem lê. (E quem quer ser lido.)
1 comentário:
tiras me as palavras da boca e as frases já pensadas da minha cabeça!!
pois eu digo que as pessoas são com os iogurtes!
uma novidade, um sabor diferente que te apetece experimentar!
ora saboreias e delicias te -ou não- e talvez nunca te venhas a esquecer do sabor do mesmo.
mas quando sabe mal, e foi um erro deixar a curiosidade ganhar apetite, dizemos: NÃO QUERO MAIS! - e deixamos de lado ou -estes sim- deitamos fora, até.
mas acho que pior do que isso, é deixar que o iogurte fique no frigorifico esquecido, perdendo o seu sabor e validade...
no final, aí , já é tarde de mais: abres o dito cujo e vês que o aspecto nao é o melhor, o cheiro é estranho e que a data já passou!
Ora se come ou não se come. Seja ele doce ou amargo. No final fica qual deles soube melhor!
(L) amo te Joo*
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