Queria conquistar a América pela sua inteligência, mas as suas curvas falaram mais alto.
Norma Jean Baker, nome de baptismo, rapariga de cabelos encaracolados, castanhos, e feições inocentes, foi menina protótipo da concretização do american dream.
Hollywood engoliu-a, mas não em seco. Sem querer, querendo, viu a sua beleza prostituída. Com cabelo loiro e sinal pintado na face, abdicou de ser dona de si mesma - Norma Jean, para ser amante da América - Marilyn Monroe.
Apesar do seu primeiro casamento, tal como os seguintes, ter sido apunhalado pelo seu temperamento instável e perturbado, para Norma J. - trate-mo-la como ela gostaria de ter sido sempre tratada, foi Joe Dimaggio - o seu primeiro marido - o único do qual o seu coração nunca se separou, verdadeiramente.
Não se conseguiu prender a ninguém, pois ninguém a havia prendido a si, quando criança.
Entre diamantes, cinema, álcool, anti-depressivos, Frank Sinatra e J. F. Kennedy, sempre fora mal amada.
Perturbada pela dependência de medicamentos de que sofria e pela paranóia constante que a perseguia, vivia um medo obscuro de perder a única coisa que pensava que a salvaria de ser cuspida do american way of life: a sua sanidade mental.
Interessava-se por aprender, por ser ensinada, por realizar filmes e por ser reconhecida pelo seu talento, e não pelos seus seios, nem pela sua ampulheta figura. Mas nenhum homem lhe conseguia dar o que realmente precisava, pois todos viam Marilyn e a agradavam como se agrada a uma prostituta de luxo, quando na verdade, era Norma J. que procurava algo, saltando de amor em amor, de loucura em loucura, disfarçada de sex-symbol, de loira burra, que andava não só nos olhos, como também nas bocas de todos os homens.
Queria que gostassem dela pela sua cabeça e não pelo seu corpo. Mas ninguém conheceu Norma J. - a sua cabeça (se não - talvez - Joe Dimaggio, que antes de morrer disse: "Finalmente vou voltar a ver Marilyn."), o mundo conheceu apenas M. Monroe - o seu corpo.
De tanto querer matar Marilyn Monroe, acabou por morrer Norma Jean.
2 comentários:
ADOREI Jo!!
Como te disse, só nós é que percebemos a nossa Norma Jean!
Afinal a beleza aqui falou mais alto que a razão, e a ilusão 'óptica' de uma cara bonita e um corpo bonito transpuseram-se sobre uma mente perturbada que suplicava atenção pelo o que era, e não pelo o que lhe julgassem!
A história de Marilyn apenas foi mais um testemunho da sociedade machista a que somos obrigadas.
Reflexos de espelho e olhos sedentos de lúxuria ultrapassam razões de mentalidades, ou até de sanidades! -neste caso-.
(L)
Não queres escrever algo assim para mim? LOL é que a minha vida é bem mais animada que a dela... muito mesmo!
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