Este blogue é dedicado a todos aqueles que estão apaixonados.





20100908

O meu amor e eu #7

Sabes, amor, gosto de pensar demasiado nas coisas. Gosto de as desmontar, de filosofar sobre elas, de as colocar atrás dos meus passos conforme caminhamos os dois o mesmo caminho.

Sabes, amor, eu penso por nós os dois.

A propósito de ti.

O meu coração era um peso morto, ancorado a um vazio, servia apenas para fazer o sangue correr-me nas veias e nada mais, cumpria a sua tarefa 24 sobre 24 horas de forma exemplar, mantinha-me viva, a respirar e eu agradecia.

De repente no meu coração cresceram dois braços e duas pernas e uma boca para ele falar. Nunca soube o tanto que tinha cá dentro para dizer, melhor, nunca tive a quem dizer o tanto que tinha cá dentro para dizer e eu nunca gostei de falar com as paredes porque elas só sabem ouvir. E de repente descobri que também fui feita para amar e que as paredes também servem para nelas batermos com a cabeça quando amamos, isto porque insistimos em anular uma dor com outra dor quando sabemos perfeitamente que não há dor maior que a dor do coração porque depois de vivo sofre por ele próprio e se nos magoarmos por fora irá simplesmente doer mais.

E um coração com vida própria é o que nos resta quando nos ancoramos a alguém a vida inteira.