20090914
Um para o outro.
Escorregar na tua ternura, no teu ser que me arrasta o lado esquerdo do peito pelas pedras da calçada, onde passamos, onde paramos e vivemos, só para ter mais um pouco de ti do que aquilo que me dás, só para sentir no meu corpo uma insignificante parte de tudo o que vai cá dentro, de tudo o que limita a minha alma à forma da tua, de tudo o que nos define como dois corações cansados em busca de um amor que nos carregue nos ombros, que nos faça engolir em seco as palavras para que não o mordisquemos sequer, para que não o possamos ferir, magoar, para que permaneça intacto, tal como as nossas mãos uma na outra, perfeitamente sobrepostas e alinhadas, tal como nós, indiferentes à margem das nossas vidas, indiferentes ao que passa por nós, indiferentes a tudo aquilo que não nos faz sentir nada, nada além do que em nós cabe, do que persiste, nada maior do que o espaço que guardamos cá dentro, que reservamos para algo, para alguém, para nós.
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