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20090601

Apontamento #19

As ruas, uma enchente de baratas deitadas ao sol. O calor aperta e desaperta botões.
Fujo do sol que queima a estrada, escondo-me nos passeios da vida.
Saem dos buracos, emergem à superfície e param no fim de tudo. As baratas correm em direcção a um nada inconsciente, a negação do que não existe. É um vazio cheio de nada, uma vida cheia de tudo o que é inexistente. Ilusões, necessidade de nos agarrarmos a algo que possamos tomar como nosso, mesmo sendo comum a toda gente, simplesmente porque não é real. Realidade virtual essa que as engana, elas que saem cá para fora em busca de um final que não acabe.

E eu, corpo que aprendeu a viver numa sociedade de baratas, arrasto-me a mim e ao meu comportamento desviante para os limites do mundo. Refugio-me nas margens da vida.

E as baratas correm. Os pés que pisam, não me esmagarão hoje.

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