20090624
Apontamento #22
Revejo-me no passado. Entre os meus lençóis existem rugas que não saem, as almofadas ficaram com um cheiro característico e, tal como os nós que dei na minha vida, a minha roupa enrola-se em cima da cama, dá voltas sobre si mesma em busca de quem a vestia. Não mudei mas não sou a mesma - adaptei-me ao pior dos outros.
20090618
20090601
O amor não tira férias.
Um porto seguro.
Todos precisamos de um porto seguro, um abrigo, joelhos para deitar a cabeça, uma alma que nos acalme o corpo.
És tu quem me abriga da chuva que faz lá fora, do medo que só eu sei onde mora. És tu a margem da minha vida, o meu passeio de sossego, a minha segunda morada. E é em ti que me revejo, que me refugio. Porque todos precisamos de uma margem na nossa vida, um lugar seguro, um par de braços que nos envolva numa realidade que não é real. Porque para fugir, todos precisamos de ter para onde fugir.
E eu tenho-te a ti. Minha melhor espera, meu desespero em forma de homem. Pessoa que comanda a minha vida. E é a ti que me entrego, só a ti. Em toda a forma do meu desespero a cada momento que te procuro, que te encontro nesse meu final de vida onde sempre terás um lugar cativo. E é em ti que me dissolvo, em cada traço do teu rosto - tu, estranha forma de vida que me consomes a alma e fazes teus os medos meus.
É em ti que encontro um coração vazio, uma espera longa, uma saudade de vidro. E é para ti que corro, é dentro de ti que fujo. Às voltas no teu estômago, como borboleta sem asas para voar. Sou efémera invertida, não fujo da morte - fujo da vida.
E é a esse teu coração que chego, abro, entro e preencho. Trago comigo o tudo que faz girar o mundo à nossa volta. És o meu limite, ofereço-te um centro, um ponto de equilíbrio.
E é em ti, corpo trabalhado por um coração cansado, que ganho sentido. E é ao teu lado, que o mundo vale a pena.
O amor não tira férias, cansa-se em ti, na tua demonstração de tudo o que é perfeito.
Todos precisamos de um porto seguro, um abrigo, joelhos para deitar a cabeça, uma alma que nos acalme o corpo.
És tu quem me abriga da chuva que faz lá fora, do medo que só eu sei onde mora. És tu a margem da minha vida, o meu passeio de sossego, a minha segunda morada. E é em ti que me revejo, que me refugio. Porque todos precisamos de uma margem na nossa vida, um lugar seguro, um par de braços que nos envolva numa realidade que não é real. Porque para fugir, todos precisamos de ter para onde fugir.
E eu tenho-te a ti. Minha melhor espera, meu desespero em forma de homem. Pessoa que comanda a minha vida. E é a ti que me entrego, só a ti. Em toda a forma do meu desespero a cada momento que te procuro, que te encontro nesse meu final de vida onde sempre terás um lugar cativo. E é em ti que me dissolvo, em cada traço do teu rosto - tu, estranha forma de vida que me consomes a alma e fazes teus os medos meus.
É em ti que encontro um coração vazio, uma espera longa, uma saudade de vidro. E é para ti que corro, é dentro de ti que fujo. Às voltas no teu estômago, como borboleta sem asas para voar. Sou efémera invertida, não fujo da morte - fujo da vida.
E é a esse teu coração que chego, abro, entro e preencho. Trago comigo o tudo que faz girar o mundo à nossa volta. És o meu limite, ofereço-te um centro, um ponto de equilíbrio.
E é em ti, corpo trabalhado por um coração cansado, que ganho sentido. E é ao teu lado, que o mundo vale a pena.
O amor não tira férias, cansa-se em ti, na tua demonstração de tudo o que é perfeito.
Apontamento #19
As ruas, uma enchente de baratas deitadas ao sol. O calor aperta e desaperta botões.
Fujo do sol que queima a estrada, escondo-me nos passeios da vida.
Saem dos buracos, emergem à superfície e param no fim de tudo. As baratas correm em direcção a um nada inconsciente, a negação do que não existe. É um vazio cheio de nada, uma vida cheia de tudo o que é inexistente. Ilusões, necessidade de nos agarrarmos a algo que possamos tomar como nosso, mesmo sendo comum a toda gente, simplesmente porque não é real. Realidade virtual essa que as engana, elas que saem cá para fora em busca de um final que não acabe.
E eu, corpo que aprendeu a viver numa sociedade de baratas, arrasto-me a mim e ao meu comportamento desviante para os limites do mundo. Refugio-me nas margens da vida.
E as baratas correm. Os pés que pisam, não me esmagarão hoje.
Fujo do sol que queima a estrada, escondo-me nos passeios da vida.
Saem dos buracos, emergem à superfície e param no fim de tudo. As baratas correm em direcção a um nada inconsciente, a negação do que não existe. É um vazio cheio de nada, uma vida cheia de tudo o que é inexistente. Ilusões, necessidade de nos agarrarmos a algo que possamos tomar como nosso, mesmo sendo comum a toda gente, simplesmente porque não é real. Realidade virtual essa que as engana, elas que saem cá para fora em busca de um final que não acabe.
E eu, corpo que aprendeu a viver numa sociedade de baratas, arrasto-me a mim e ao meu comportamento desviante para os limites do mundo. Refugio-me nas margens da vida.
E as baratas correm. Os pés que pisam, não me esmagarão hoje.
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