Este blogue é dedicado a todos aqueles que estão apaixonados.





20081031


  " Podia acabar o mundo,
desabar a ponte sobre o Tejo,
eu viria do fundo do mar,
só para te dar mais um beijo. "

Publicidade inteligente #3



20081025

Apontamento #13


  O coração é um lugar fechado onde duas pessoas se encontram.

" É tudo tão simples, tão perfeito - só nós os dois, aqui. "

20081023

Um outro lugar para pousar a cabeça.



  Pouso a cabeça em ti. Procuro um espaço vazio entre nós que me possa abrigar do frio que faz lá fora, onde tu insistes em morar. Sem ti, as ruas são vazias e o sol não nasce, as paredes perdem a cor e a solidão assenta em mim como pó. Felicidade estúpida, esta, que vivemos. Não há vontade que te procure nem força que te encontre. E eu fico aqui, numa casa feita de medos que outrora foram teus, à tua espera. Deixo a porta aberta para que, se passares por aqui, saibas que podes entrar. Perco-me no fumo do cigarro e apago-me em ti. É como se houvesse um fio invisível entre nós, não sabemos onde estamos, só sabemos que estamos sozinhos e que nos procuramos um ao outro - sem sequer nos mexermos. É esse fio que, amarrado ao coração, vai dando nós ao longo da vida. Às vezes, quase que o coração sai do peito, de tanto que o fio o puxa para fora - estás perto. Eu afasto-me mais um pouco, sem sequer sair da cadeira que a dor colou ao chão. Fiz a minha casa com um telhado de vidro, que se vai partir quando tu chegares, vai-me cortar o corpo e perfurar-me a alma e vai cortar o fio que me prende a ti. Aí morro. De uma forma tão estúpida quanto a minha felicidade - morro. 
  E vou à procura de um outro lugar - porque para nos irmos embora, temos de ter para onde voltar.
  Pensas em mim quando pousas a cabeça?

20081020

A minha morada és tu.


  O amor é um lugar incerto. Uma casa dentro de um corpo. Uma caixa de correio que não recebe cartas. Uma morada que vai mudando de código postal. 
  Batemos de porta em porta em busca do amor certo, quando o amor só se encontra nos lugares errados.

20081017

Apontamento #12


  Vejo-te como um beco sem saída, do qual só consigo sair se voltar atrás.
  Não consigo voltar atrás depois de ti.

20081012

Apontamento #11


  " Sabemos que atingimos o auge da intimidade com a outra pessoa, quando, mesmo em silêncio, nos sentimos confortáveis. "

  in Laboratório de Comunicação Interpessoal, ESCS

Chama-lhe o que quiseres,


  eu chamo-lhe necessidade de alguém que nos conforte, que substitua o acto de auto-toque em situações que nos perturbam, que esteja lá. Não é preciso falar, não é preciso sequer saber, é só preciso estar. Eu chamo-lhe forma pouco ortodoxa de ver as coisas, de ler as pessoas, de amar - é a partir de nós que vemos os outros. Alguém que sirva de espelho, que saia de dentro do armário, que nos ponha a funcionar os músculos faciais, que dê um motivo ao miocárdio para bater - uma razão. Eu chamo-lhe tudo menos palavras, como as que escrevo aqui. Pois as melhores coisas que dizemos, é quando estamos calados.
  Chama-lhe o que quiseres,
eu chamo-lhe amor.

20081011

Apontamento #10


  Porque insistes?
  O mundo não vai parar para tu saíres.

20081008

São carris que me levam a ti.

Quando não me encontrares, procura-me dentro de ti.


  É como querer matar o bicho do amor sem saber onde ele se esconde. Correr atrás do que não se pode apanhar. Passar a ponte. As ruas vazias e eu grito o teu nome. Escrevi o meu amor por ti numa parede, não leste. As casas em chamas, o meu coração em chamas. Tudo foge, tudo grita. Morri por ti. Corro atrás do teu grito. O sorriso da tua boca sobe-me pelo corpo. Fujo de ti. Fujo de mim. Vou contra nós e perco-me no fogo. Procuro-te nas esquinas. A saudade persegue-me com os olhos. Estou esfomeada de ti. Consomes-me a alma a cada passo. Corro, corro para o infinito. Vem, o mundo não espera por nós. A corda na garganta começa a apertar. Sufoco na falta de ti. É como um bicho cá dentro. Borboletas que me arranham o estômago. Olho para trás. Perco-me contigo por aqui. Deixa-me viver. Atiro-me do céu e caio em ti. Amarra-me ao teu peito. Arde-me o fundo. Quero-te a ti. Só a ti. Ninguém gosta de ninguém. Todos sabem amar e ninguém sabe o que é o amor. Tocas-me profundo. Chego perto de ti. Fico.
  O melhor de nós ainda está para vir.

20081006

Apontamento #9


  O meu melhor lugar és tu.

20081001

Saudade.


  
  O mais poético seria dizer que não precisamos de escrever sobre ela, mas sim de senti-la.
  Eu sinto-a e por isso mesmo, é que me apetece escrever sobre ela, hoje.  
  É mais uma das armadilhas do amor, esse maldito que nos afunda em tudo o que este mundo tem de pior, para chegarmos ao que de melhor nos pode dar.
  E tal como o amor, não conseguimos descreve-la, nem em muitas nem em poucas palavras, apenas em nenhumas. Porque não há abecedário que chegue, para escrever um texto com palavras suficientes sobre a saudade. Não há. 
  É fantástico, como uma pessoa pode entrar na nossa vida para nunca mais sair. Pode limitar-se a empurrar a nossa parede da solidão mais e mais para dentro, e nós ficamos ali. Vê-mo-la fazer isso, e deixamos. Deixamos, porque sabe bem. Masturba-nos o ego, ter alguém que nos faça não estar sozinhos. E continua a saber bem, até que nos apercebemos que a parede foi empurrada até ao limite da saudade, a parede está a cinco centímetros do coração e são esses cinco centímetros de solidão que criam a saudade. A parede nunca se parte, só chega a um limite. Chega a um limite, do qual temos tanto medo, tanto medo que nos deixamos ser empurrados para dentro ao deixarmos que outro alguém nos empurre. Quando a parede da solidão chega ao seu limite, chega bem perto do coração, a isso chama-se amor. 
  É fantástico, como uma pessoa pode entrar na nossa vida e nos mostrar a saudade. Porque, só quando sentimos saudade - amamos.
  O que causa saudade, é a diferença. Quem causa saudade, não é quem entra na nossa vida sem sequer dar-mos conta, não é quem fica por ficar, por conveniência ou porque sim, não é quem se vai embora sem se despedir, quem entra e sai, quem nem sequer nos conhece, quem não se dá a conhecer. Quem causa saudade, é quem marca a diferença. Quem pede para entrar, quem fica porque quer ficar, quem nunca sai.
  É essa pessoa, que faz os ponteiros do relógio não andarem tão depressa, que alonga a distância entre os corpos, que faz o coração querer saltar pela boca, que rouba o ar aos pulmões e faz doer a garganta de tanto querer chamar pelo seu nome sem poder. Parece doloroso, e é. Dói, dói muito. Mas, se não doesse não seria diferente, não faria sentido.
  E por mais lento que o relógio seja, ou por mais rápido.
  E por mais longe que se esteja, ou por mais perto. 
  E por mais difícil que seja, deixar alguém entrar na nossa vida e deixar um vazio, sem sequer sair dela.
  Haverá sempre alguém que vire a nossa vida ao contrário.
  Sim, a saudade é quando queremos a nossa vida de volta - ao contrário.

  Hoje a saudade perguntou por ti, eu respondi: solidão.