Este blogue é dedicado a todos aqueles que estão apaixonados.





20120214

O que há de novo no amor?

Não podia deixar de vir falar de amor, que aqui tem estado ausente. Mas o que é o amor senão um silêncio estranhamente reconfortante. Um vazio que faz falta no coração.
E o meu coração sente a tua falta todos os dias, tal apaixonado que é.
Os meus outros órgãos sentem-se envergonhados face ao meu coração. Sentem que não fazem grande coisa em comparação com o meu coração - que faz o amor que sinto por ti.
E é tão grande este amor, tão intemporal. Este amor não precisa de espaço, ele está em todo o lado. Chega-lhe a tua cama para se deitar, o banco do teu comboio para se sentar, o teu ombro para nele se pousar. Contenta-se com pouco. O meu amor não é como eu. Eu contento-me contigo. E ainda me sobras, quase que saltas fora das minhas blusas, das minhas calças, fora de mim. Para onde tentas fugir? Não sei. Não para longe, espero. Se fugires, peço-te, não leves o meu amor contigo.

O que há de novo no amor? Nada. O amor é um sentimento velho e rabugento. Mas é tão bonito.

(O que o amor pode ter de novo são os adereços que tu, eu, nós lhe colocamos. Uma rosa, um papel de embrulho, um perfume. E são esses adereços que tornam o amor nosso.)

20120109

Apontamento #75

Cuida do teu amor que eu cuido do meu.
Protege o teu amor o quanto quiseres. Ele foder-se-á sozinho.

20120103

Apontamento #74

Sabes que mudaste de casa quando estás fora de casa e não queres voltar.

20111224

Sobra-nos sempre algo de alguém.

Dizem que o amor é tudo e que, sendo assim, quando acaba não nos sobra nada.
Mas sobra, claro que sobra.
Sobra-nos o pontapé nas costas que forçou o coração a saltar-nos pela boca.

Mãos quentes, coração frio.

Deixei o teu coração cair. Foi sem querer.

20111221

O amor é uma pancreatite.

Porque é que o órgão do amor é o coração e não o pâncreas?
Um pâncreas doente afecta todos os órgãos à sua volta. É um pouco como o amor.
Quando amar nos corre mal o corpo fica doente.
Seria tão mais fácil se o amor estivesse guardado no pâncreas, assim, podíamos retirá-lo e continuar a viver. Mesmo sem amar. Não tínhamos que chorar nem que sofrer por alguém. Era só retirar o pâncreas.

Apontamento #73

Devíamos mandar à merda todas as pessoas que amamos, pelo menos uma vez na vida.
Sem medo de sermos politicamente incorrectos ou de deixarem de falar connosco.
Às vezes até as pessoas que mais amamos perdem a noção das coisas, deixam de dar importância aos pormenores.
Às vezes até as pessoas que mais amamos agem de forma estúpida.
Mandá-las todas à merda seria uma espécie de ponto final. E começávamos a amá-las de novo.