Não podia deixar de vir falar de amor, que aqui tem estado ausente. Mas o que é o amor senão um silêncio estranhamente reconfortante. Um vazio que faz falta no coração.
E o meu coração sente a tua falta todos os dias, tal apaixonado que é.
Os meus outros órgãos sentem-se envergonhados face ao meu coração. Sentem que não fazem grande coisa em comparação com o meu coração - que faz o amor que sinto por ti.
E é tão grande este amor, tão intemporal. Este amor não precisa de espaço, ele está em todo o lado. Chega-lhe a tua cama para se deitar, o banco do teu comboio para se sentar, o teu ombro para nele se pousar. Contenta-se com pouco. O meu amor não é como eu. Eu contento-me contigo. E ainda me sobras, quase que saltas fora das minhas blusas, das minhas calças, fora de mim. Para onde tentas fugir? Não sei. Não para longe, espero. Se fugires, peço-te, não leves o meu amor contigo.
O que há de novo no amor? Nada. O amor é um sentimento velho e rabugento. Mas é tão bonito.
(O que o amor pode ter de novo são os adereços que tu, eu, nós lhe colocamos. Uma rosa, um papel de embrulho, um perfume. E são esses adereços que tornam o amor nosso.)
20120214
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