Este blogue é dedicado a todos aqueles que estão apaixonados.





20110326

Apontamento #71

Porque é que a grande maioria das pessoas não segue aquele de quem se despede com os olhos conforme se vai embora? Porque dói. Dói ver as pessoas de quem gostamos a desaparecer, lentamente, na esquina de uma rua. Dói porque segui-las com os olhos conforme se afastam de nós traz-nos a consciência de que ficamos parados no mesmo sítio, grava-nos na memória aquele momento que dura uma eternidade. Dói porque sabemos perfeitamente, sem dúvida alguma em nós, que podemos correr atrás da pessoa e convence-la a ficar connosco ou juntar-mo-nos a ela no caminho. E a partir daqui, a partir da dor de a ver partir tendo a noção de que escolhemos ficar, somos tão fortes como nos sentimos fracos. Fracos porque escolhemos segui-la com os olhos e não com os pés. Fortes porque dói mais ver partir.

20110309

O meu amor e eu #11

Eu tento ser aquilo que te faz falta.

You may think someday I will be too old for this, but the truth is: 
the body grows old but your soul can remain young if you want.

20110307

À parte.

Porque é que as pessoas têm tão pouco em conta o que fazemos por elas?
Porque é que nos tomam como presenças garantidas na sua vida? Afinal, nenhum de nós assina um contrato vitalício quando entramos no mundo de outra pessoa. Somos convidados a fazer parte dele e dentro dele nos mantemos, mas penso que ainda nos reservamos ao direito de ter voto nessa matéria indefinível que é a amizade.
Sempre fui a favor da ideia de que as pessoas deviam vir com livros de instruções, divididos por capítulos - cada capítulo definindo como a pessoa se comporta dependendo da relação que mantém com outra pessoa. Seria muito mais fácil perceber-te, assim. Eu, pobre alma que brinca às escondidas contigo no escuro, entenderia o que queres de mim e o que posso esperar de ti. Mas, afinal, mesmo com um conjunto de folhas contendo palavras descritivas de ti na minha mão eu ficaria sempre à espera que me desses mais do que aquilo que saberia poder esperar de ti. É assim que funcionamos, seres complexamente humanos. Esperamos sempre mais dos outros. As nossas expectativas nunca são satisfeitas ou sequer minimamente correspondidas porque, mesmo sabendo com quem é que estamos a lidar o nosso coração quer sempre mais e melhor. Procuramos constantemente qualidade de amor. E eu já não sei o que mais procurar em ti, pois ultimamente tenho encontrado tão pouco ou nada que me perdi. Perdi-me nessa tua imensidão de criança grande. E continuamos as duas a jogar ao toca e foge, ao esconde-esconde.
A ignorância é uma virtude. Será? Adicionei esta qualidade ao que quer que tenhamos como relação. Ao que quer que seja isto ao qual o que quer que tenhamos chegou. Quando quiseres pensar além do óbvio, do ideal, do que vês na superfície da mesa de café, vem ter comigo e falamos. Afinal, eu já não estou à espera de nada. Afinal, isto é só um à parte ao que sinto por ti.