20090120
25 de Outubro de 2007
As borboletas arranham-me o estômago em teu nome. Querem fugir para dentro de ti. Coso a boca com a linha do teu sorriso para que não consigam sair. Fico à espera que as venhas buscar, que me engulas o sorriso com a tua boca de descoser. Trincaste-me o coração da primeira vez que te vi. Come-o, é teu para guardar ou partir. Deixa-me encaixar em ti, fazer do amor um puzzle e de ti a peça principal. Deixa-me morder-te o beijo e saborear o teu gosto. Sabes a vontade de amar. Quero tocar-te mas não te quero deixar cicatrizes. Quero agarrar-te mas tenho medo de te deixar fugir. Se eu cair, apanhas-me ou cais comigo? Dá-me de comer do teu amor, alimenta-me o corpo, dá ritmo ao meu coração que bate aos gritos o teu nome - quando não estás perto para o ouvir. Quero-te gravado no meu peito, quero o teu amor no meu. Faz-me sentir tua, faz-te sentir meu, faz-nos sentir nós. Precisas de mim - ou és feliz sozinho? Não te quero aos bocados, o coração é um só. Já não sei se sei o que é sentir sem ti. És bom de gostar e melhor ainda de ter. E a perfeição morreu em nós. Não me mintas, ama-me. Sabes que amar mata? Fico á espera que me mates outra vez.
20090114
20090112
Os loucos anos 30! da rádio
A rádio. Surgiu na ressaca dos loucos anos 20 - antes da televisão. Rádio Clube Português, a emissora nacional. Transmissora de novelas de voz, era cheia de dinamismo e novidade ao representar o novo noticiário de ouvir. Veio rebaixar o gira-discos, vendendo música a preço de caixa com botões. Transformou-se em centro de mesa das salas de estar, por cima do bibelô da avó e ao lado do retrato de família. Novo marido da dona de casa desesperada, que enquanto passava a ferro chorava porque o António não podia casar com a Dalila, porque o pai dela não deixava. Fetiche das mulheres portuguesas, a voz sem cara que as acordava todas as manhãs e que lhes dizia ao ouvido mais do que o homem lá de casa – a era dos locutores de rádio, o povo era deles. Os anos d’ouro da música portuguesa – todas queriam a boca de Tony de Matos e todos sabiam tanto quanto a Amália. O remédio para a tosse e o champô maravilha, a publicidade no seu melhor com os jingles que faziam rir os portugueses – não propriamente comprar. Do tempo da gasosa e dos namoros à janela, era o lado fantasia da real ditadura. Quase morreu nas antenas da caixa do primeiro canal – só acessível aos pares de calças que olhavam para ela enquanto bebiam a sua cevada. As saias e saiotes mal tempo tinham para cuidar da sua vida, quanto mais parar para vê-la . A rádio e os seus locutores de face anónima falando de estúdios lá longe da vista – muito mais propício ao fetiche, a televisão dava tudo de comando beijado. Madrinha da revolução vermelha, deu um dos seus últimos suspiros como rainha dos ouvidos portugueses, ao assinalar – cantando – as vozes do povo português. Entretanto a televisão por ser uma caixa maior e já ser a cores e tudo, veio pôr fim aos seus loucos anos de vida e a rádio retirou-se para o lugar de melhor actriz secundária. Mas enquanto a sua caixinha fez de Portugal um país ainda mais pequeno, os portugueses foram felizes.
Trabalho para Seminário de Rádio, Escola Superior de Comunicação Social.
Trabalho para Seminário de Rádio, Escola Superior de Comunicação Social.
20090105
Borboleta.
" Se a largar, sinto a sua falta.
Se a agarro, ela perde a cor.
Ela não é dos meus dedos,
é dos meus medos.
Faço-me passar por uma flor. "
Se a agarro, ela perde a cor.
Ela não é dos meus dedos,
é dos meus medos.
Faço-me passar por uma flor. "
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