O telefone toca mas tu não existes. Deixo-te uma mensagem de voz, quero que me ouças, a ouvir é que nos entendemos bem. Tu ouves-me e eu falo. Falo por mim e por ti. Falo por nós os dois a todas as pessoas do mundo. Tu gostas da minha voz. Dizes que se ouve bem e que as outras vozes te fazem dormir. A minha voz mantém-te acordado. Pés no chão, o amor voa mas nós não. As palavras são como nós, ao longo da vida vamos criando histórias e dando nós até não haver corda. A minha vida inteira resume-se a um nó. Dei um laço à tua volta no primeiro dia em que te vi. Há pessoas que dão nós sem corda - triste de quem fala sem ter o que falar.
Somos donos de todos os nós que damos na vida, a vida é dona de todos os laços que fazemos, se os fazemos bem, se os fazemos mal - não importa. Não é a vida que nos desata.
A tua caixa de entrada, o teu coração. Escrevi-te mensagens com os lábios, a minha língua enterlaçada no sabor de cada palavra e são tão belas as frases que te disse. A caixa de mensagens, a memória do teu corpo no meu, a saudade de nós os dois, a caixa de mensagens guarda a entrada para o melhor de nós. A memória fica cheia. Vai-se empurrando a saudade para o fundo, empurrando o medo de nos lembrarmos, porque para nos lembrarmos é preciso esquecermo-nos. E eu não me quero esquecer de ti.
A mensagem que te mandei ontem, não sei se já a leste. Escrevi-a com a pulsação:
" Deixe mensagem após o sinal - beep. "
O meu coração ainda salta.
20081210
20081204
Miocárdio do meu corpo: tu.
Mais de mil pessoas passaram por mim, mais de mil por quem me apaixonar, mas só se não existisses tu - só se.
Se não existisses, não teria como me apaixonar sem coração.
Se não existisses, não teria como me apaixonar sem coração.
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